Da Redação
O
governo dos Estados Unidos,
através da Comissão Federal de Comunicações (FCC, da sigla em inglês), anunciou
na terça-feira (26) que a empresa chinesa China Telecom está proibida
de atuar em território norte-americano. Em seu relatório, o órgão
afirma que a decisão é uma questão de “segurança nacional”.
“Promover
a segurança nacional é parte integrante da responsabilidade da Comissão, com
vistas ao interesse público, e a ação de hoje leva a cabo essa missão de
salvaguardar a infraestrutura
de telecomunicações do país de potenciais ameaças
à segurança“, diz o documento.
Ao
justificar a decisão, a comissão ressalta que a empresa é subsidiária de uma
estatal chinesa, o que a coloca sob o guarda-chuva do Partido
Comunista Chinês (PCC). Assim, a China Telecom estaria
sujeita a “exploração, influência e controle do governo chinês, e é altamente
provável que seja forçada a cumprir pedidos do governo chinês sem os
procedimentos legais suficientes”.
A
FCC é ainda mais específica ao justificar a decisão, deixando claro o temor de
que Beijing use a empresa para espionar Washington. Nesse sentido, cita a
possibilidade de a China “acessar,
armazenar, interromper e/ou desviar as comunicações dos EUA”.
A
China Telecom opera nos Estados Unidos há cerca de duas décadas e, segundo a
FCC, teve a oportunidade de dissuadir o órgão, mas falhou nesses sentido.
Agora, terá um prazo de 60 dias para encerrar as atividades, e os consumidores
afetados pela decisão receberão um guia com as opções para substituir a
provedora de serviços.
“A
decisão da FCC é decepcionante”, disse um porta-voz da China Telecom à
rede norte-americana CNN.
“Planejamos buscar todas as opções disponíveis enquanto continuamos a servir
nossos clientes móveis”.
Por
que isso importa?
A
cruzada do governo norte-americano contra empresas
chinesas de telecomunicações remete ao governo do presidente
Donald Trump. Em janeiro, a bolsa de valores de Nova York retirou de
circulação ações de três companhias, entre elas a China Telecom. A
determinação foi em cumprimento a uma ordem executiva proibindo os
norte-americanos de investirem em empresas que o governo local suspeita terem
relação com o exército da China.
No
mesmo período, Trump suspendeu as licenças de venda a fornecedores da Huawei, e incluiu a fabricante de
celulares Xiaomi na lista de sanções do país. A notificação barrou diversas
empresas norte-americanas de trabalhar com peças produzidas pelos chineses,
sendo uma das mais afetadas a fabricante de chips californiana Intel.
O
veto a empresas chinesas tem sido particularmente duro na disputa pela nova
rede 5G. A Huawei, uma das candidatas a implantar os serviços em todo o mundo,
passou a ser rejeitada por inúmeros países, preocupados justamente com a
possibilidade de o governo chinês fazer uso da tecnologia de maneiras escusas.
No
5G, os riscos
de segurança são mais elevados em relação, por exemplo, à atual rede
4G. Isso porque a nova tecnologia incorpora softwares responsáveis
por um processamento dos dados pessoais dos clientes e outras informações
confidenciais.
A
decisão de utilizar ou não a Huawei nas redes móveis põe a Europa no fogo
cruzado da intensa pressão dos Estados
Unidos para banir o grupo. Washington alega potencial de vazamento de
dados e outras brechas de segurança em benefício do governo chinês.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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