Da Redação
O
Vasco tem em seus quadros um jovem índio que agora já possui seu primeiro
contrato como profissional. Trata-se do meia Barros, de 17 anos, que está no
Cruzmaltino desde 2019 e é oriundo da tribo Pankararu, no sertão de Pernambuco.
Pai de Barros, Clécio destacou a emoção que a notícia causou na aldeia, que
fica às margens do rio São Francisco, em uma reserva indígena localizada entre
os municípios de Tacaratu e Petrolândia, ambos no estado pernambucano.
"O
vice-presidente do Primavera me ligou dizendo que eu teria que ir ao Rio de
Janeiro porque o Vasco queria renovar e eu, automaticamente, disse que sim. Foi
uma felicidade imensa. Uma emoção muito boa para nós da aldeia, para a minha
família, os amigos dele... Então eu fui e, quando assinou o contrato, foi uma
alegria imensa. A aldeia se abraçou toda lá, ficou muito feliz, todo mundo
dando os parabéns. Foi uma felicidade enorme, nem sei nem como explicar",
declarou seu Clécio ao UOL Esporte. O pai de Barros lembrou da dificuldade que
é sair de casa tão jovem para tentar o sonho de se tornar um jogador de futebol
profissional.
"Deus
abençoou o trabalho dele e fez as coisas fluírem. Não é fácil uma criança ficar
desde os 15 aos 17 anos no Rio de Janeiro sozinho e conseguir o que conseguiu,
mas foi muito gratificante para nós", disse Clécio ao falar do filho, que
atualmente mora no alojamento do Vasco em São Januário para jovens da base.
Barros
vive a emoção de seu primeiro contrato profissional pelo Vasco, mas até
desembarcar em São Januário percorreu uma trajetória de persistência que
incluiu algumas barreiras e a distância de seu povo. Com um talento precoce
desde criança, quando já atuava com meninos mais velhos em sua aldeia, foi
levado pelo seu pai, Clécio, para a escolinha "Bom de Bola", na
pequena cidade de Jatobá (PE), mas apesar de se destacar, só foi aceito no ano
seguinte por conta da idade, e lá passou a atuar no sub-10 mesmo com apenas
sete anos. Na sequência, chegou a passar em testes no Bahia e no Vitória, mas não
foi integrado por não ter idade. Aos 13 anos, teve a oportunidade de ir para o Athletico-PR,
porém acabou recebendo uma proposta do Primavera, do interior de São Paulo, que
incluía um emprego de porteiro ao seu pai.
"Fiquei
trabalhando no clube como porteiro e ele, jogando. Então foram preparando ele.
No ano seguinte jogou o sub-14, foram campeões paulistas, e depois ele foi para
o sub-15, onde foi bem e o olheiro do Vasco o viu treinando, gostou e lhe fez o
convite", explicou o pai. Após Barros se transferir para o Vasco, Clécio
ficou mais dois meses trabalhando no Primavera e retornou para a aldeia dos
Pankararus, onde vive atualmente com sua esposa.
Barros
passou pandemia na aldeia Nas férias, Barros costuma retornar para sua aldeia,
mas o período ao lado dos Pankararus acabou se estendendo em 2020 por conta da
pandemia do coronavírus, que suspendeu a maioria dos campeonatos de base.
"Quando terminou o campeonato sub-15 em dezembro (de 2019), ele passou 25
dias na aldeia (nas férias). Aí voltou para o sub-16 e foi quando começou a
pandemia,e foi praticamente o ano todo de 2020 em casa. Ele foi para a aldeia
dia 28 de março e voltou para o Rio somente em agosto. Em dezembro voltou para
casa de novo e em janeiro de 2021 retornou para o Rio para o sub-17, onde está
até hoje e está indo bem, graças a Deus", explicou o pai.
A
tribo Pankararu Os Pankararus são um grupo indígena brasileiro que habita as
proximidades do rio São Francisco, nos limites dos municípios de Tacaratu e
Petrolândia, ambos no estado de Pernambuco Apenas no começo da década de 90 os
Pankararus tiveram sua identidade reconhecida pelo Estado, bem como a
efetivação de suas terras. Ao longo de sua história, diversos conflitos
ocorreram com grileiros e agricultores, algo que ainda não foi resolvido. Essa
tribo apresenta em comum com os outros grupos indígenas o ritual religioso
secreto do "Toré", marca de identidade e resistência cultural da
tribo.
A
principal atividade econômica da tribo Pankararu é a agricultura. Dentre as
especiarias produzidas pela tribo, destacam-se o feijão, o milho e a mandioca.
Os índios também contam com a comercialização de artesanatos e a venda da
pinha, produto típico da região. As informações foram extraídas do site
"Wikiversity.
Texto: Notícias Uol
Fotos: GE
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário