Da Redação
A
feroz ofensiva do Talibã,
que em menos de duas semanas conseguiu dominar quase todo o território do
Afeganistão até culminar com a tomada
da capital, Cabul, no domingo (15), após a fuga do presidente Ashraf Ghani,
parecia impensável. O governo de Joe Biden acreditava que o governo afegão
teria condições de resistir por muito mais tempo após a retirada dos EUA.
Tudo
começou a mudar há pouco mais de um ano, quando a cúpula do grupo foi abalada
por sucessivos casos de covid-19. O afastamento de diversos líderes que se
infectaram com a doença colocou o Talibã em uma situação delicada, em meio às
negociações de um acordo de paz com o governo Trump e o governo afegão.
Perfil 'moderado'
Segundo Antonio
Giustozzi, do Royal United Services Institute de Londres, um dos principais
especialistas internacionais e autor de diversos livros sobre o Talibã,
Mohammad Yaqoob pertence a uma ala mais moderada do grupo, o que explicaria
tanto o acordo do ano passado quanto a orientação para os soldados talibãs não
terem entrado em conflito com as tropas estrangeiras durante o processo de
retirada.
Ao
mesmo tempo, esse grupo defendia atitudes mais enérgicas contra o governo
afegão liderado por Ashraf Ghani. "Os moderados se dedicaram a mostrar uma
face mais dura a Cabul, possivelmente por terem sido colocados nessa posição
mais proeminente", disse Giustozzi em uma entrevista à Radio Free Europe.
O
caminho de Yaqoob até o poder teria começado em 2016, um ano após a confirmação
da morte de seu pai, Mohammad Omar — que morreu em 2013, supostamente de
hepatite em um hospital paquistanês, mas o grupo só reconheceu em 2015.
Na época, foi cogitado que ele assumisse a liderança geral do Talibã, mas os relatos são de que ele teria se considerado muito inexperiente e delegado a função ao atual líder supremo do grupo, Haibatullah Akhunzada.
Agora com pouco mais de 30
anos, Mohammad Yaqoob lidera as tropas que retomaram o país após duas décadas
de intervenção norte-americana e da OTAN. Analistas acreditam que o próximo
passo será uma tentativa de legitimizar um governo talibã para o Afeganistão
junto às instituições internacionais.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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