O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta sexta-feira (6) que a PEC do voto impresso vai a voto em plenário. Em pronunciamento realizado à imprensa, ele, no entanto, garantiu que isso será sacramentado apenas na próxima segunda-feira (9), quando haverá uma reunião entre os líderes da Casa.
“Esta será minha decisão, que precisará ser corroborada, porque sempre faço ouvindo, tenho consultado vários líderes, e faremos uma reunião nesta segunda-feira com todos os líderes desta Casa”, declarou.
“A Câmara dos Deputados sempre se pauta pelo cumprimento do regimento e pela defesa da sua vontade, que é a expressão máxima da democracia. Pela tranquilidade das próximas eleições, e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar, sim, a questão do voto impresso para o plenário, onde todos os parlamentares eleitos legitimamente pela urna eletrônica, vão decidir. E friso: foram eleitos todos pela urna eletrônica”, reiterou.
Para Lira, a “disputa” em relação ao voto impresso auditável “infelizmente já foi longe demais”. Ele ainda se colocou contrário à tensão entre os três poderes, capitaneada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que vem criticando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Não contem comigo com qualquer movimento que rompa ou macule a independência e a harmonia entre os poderes, ainda mais como chefe do Poder [Legislativo] que mais representa a vontade do povo brasileiro”, garantiu.
Na última quinta (5), Bolsonaro sofreu derrota dentro da comissão especial que trata sobre o assunto na Casa. O colegiado rejeitou, por 23 votos a 11, o parecer do deputado Filipe Barros (PSL-PR), que previa a implementação do sistema.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), enviou um recado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE): ele vai levar a proposta de emenda constitucional (PEC) que prevê a adoção do voto impresso ao plenário para que ela seja derrotada pelos deputados.
Desta forma, o assunto seria encerrado e o presidente da República, Jair Bolsonaro, poderia mudar de assunto sem sofrer uma derrota do Judiciário, com quem tem se confrontado permanentemente, de acordo com a Folha de S. Paulo.
A expectativa é que o tribunal, por outro lado, adote medidas para tornar a auditagem das urnas eletrônicas mais transparente, com maior divulgação e com a eventual ampliação do percentual de máquinas que passam por teste de integridade.
A iniciativa de Lira ainda está sendo digerida por deputados federais. Uma parte deles acredita que o presidente da Câmara não pretende incendiar o país nem alimentar o discurso golpista de Bolsonaro. Diante da instransigência de Bolsonaro, no entanto, ele teria decidido levar o tema ao plenário, sem, no entanto, se comprometer com sua aprovação.
Bolsonaro
partiu para o confronto direto com o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, e
chegou a chamá-lo de "filho da puta" em uma aglomeração hoje com
apoiadores em Joinville, em Santa Catarina.
Para
ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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