O presidente da
República, Jair Bolsonaro, participa de motociata com apoiadores na Esplanada
dos Ministérios neste domingo (8)| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Da Redação
O
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou de mais uma motociata em
Brasília neste domingo (8). Sem máscara, ele cumprimentou os participantes do
ato, gerou aglomeração e voltou a desrespeitar medidas sanitárias recomendadas
para a prevenção da Covid-19.
A
concentração começou a partir das 9h30 na praça dos Três Poderes. O trajeto
incluiu as cidades de Ceilândia, onde viveu a primeira-dama Michelle Bolsonaro,
e Taguatinga, ambas no Distrito Federal.
Bolsonaro
já havia participado de uma motociata em Florianópolis no sábado (7). Na
ocasião, insistiu na pregação a favor do voto impresso e, em meio a críticas ao
STF (Supremo Tribunal Federal), exaltou a "legitimidade" dele e do
Congresso.
"Quem
decide as eleições são vocês. Não são meia dúzia [de pessoas] dentro de uma
sala secreta que vão contar e decidir quem ganhou as eleições. Não vão ser um
ou dois ministros do Supremo Tribunal Federal que vão decidir o destino de uma
nação. Quem teve voto, quem tem legitimidade, além do presidente, é o Congresso
Nacional", afirmou.
O
presidente tem atacado ministros do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Bolsonaro tem dito reiteradamente que as urnas eletrônicas são passíveis de
fraudes, defendido o voto impresso e feito ameaças golpistas, dizendo que pode
não haver eleição em 2022, quando deverá disputar a reeleição.
Neste
domingo, havia apoiadores com adesivos colados nas roupas com o pedido
"voto impresso auditável".
Entre
os participantes se destacaram bandeiras do Brasil. Ao longo da motociata,
houve ao menos uma parada. A Polícia Militar do Distrito Federal não divulgou
expectativa de público.
Após
o trajeto, que durou cerca de 2 horas, Bolsonaro voltou para o Palácio do
Planalto, de onde partiu para o Palácio da Alvorada.
Após
repetidos ataques a integrantes das cortes, Bolsonaro xingou o ministro Luís
Roberto Barroso, na sexta-feira (6), diante de apoiadores em Joinville (SC).
Em
um vídeo compartilhado em redes sociais, o presidente aparece cumprimentando
apoiadores em Santa Catarina e chama Barroso de "filho da puta". No
trecho, Bolsonaro dá a entender que o ministro teria mandado pessoas ao local
para atacá-lo.
Também
na sexta, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que vai levar a
PEC (proposta de emenda à Constituição) do voto impresso ao plenário da Casa,
mesmo após o texto ter sido derrotado em comissão especial no dia anterior.
O
projeto deve ser votado na próxima terça (10) no plenário.
A
estratégia, segundo pessoas próximas a Lira, seria rejeitá-lo e esvaziar a
pressão de Bolsonaro. Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que comanda o Senado, afirmou
que a tendência é que a mudança seja rechaçada.
Lira
usou uma rede social neste sábado (7) para mandar recados em defesa da harmonia
e separação dos Poderes. Ele afirmou que em "baile bom" se dança
"sem pisar no pé de ninguém".
Esta
é a oitava motociata promovida por Bolsonaro pelo país, sempre aos fins de
semana. Em todas elas o presidente desrespeitou os protocolos sanitários ao
causar aglomerações e cumprimentar apoiadores sem máscara.
As
outras edições do evento ocorreram em Brasília (9 de maio), Rio de Janeiro (23
de maio), São Paulo (12 de junho), Chapecó, em Santa Catarina (26 de junho),
Porto Alegre (10 de julho) e Presidente Prudente, no interior de SP (31 de
julho), e em Florianópolis (7 de agosto).
Ao
fim dos trajetos de moto, Bolsonaro costuma fazer discursos em cima de carros
de som, com ataques às eleições e às urnas eletrônicas, citações às Forças
Armadas e críticas a prefeitos e governadores por medidas de restrição.
O
passeio do presidente também envolve uma estrutura de segurança nessas cidades.
Em
São Paulo, por exemplo, o reforço no policiamento custou R$ 1,2 milhão e contou
com 5 aeronaves, 10 drones e 600 viaturas, segundo o governo de João Doria
(PSDB), seu adversário político.
Na
quarta (4), Doria afirmou que, se o presidente fizer novas motociatas no
estado, será cobrado pelos custos de segurança pública.
"Não
é obrigação do Governo do Estado de São Paulo fazer segurança de motociatas sem
que o custo seja suportado por quem as organiza e as promove", disse.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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