Bairro de Varosha, em Famagusta, no Chipre, está abandonado desde 1974 (Foto: Wikimedia Commons)
Da Redação
Varosha,
no Chipre, já foi um deslumbrante destino turístico. Hoje, é uma “zona
fantasma”. Abandonado desde 1974, o bairro no sul da capital Famagusta está
desabitado. Sobram edifícios abandonados, e os antigos proprietários
simplesmente não podem acessar seus imóveis. Um projeto anunciado nesta
terça-feira (20) pode mudar esse cenário, mas não sem aumentar a tensão em
um país
dividido entre gregos e turcos. As informações são do site A Referência.
O
líder cipriota-turco Ersin
Tatar, presidente da autodeclarada República Turca do Chipre do Norte,
aproveitou a visita do presidente turco Recep Erdogan para anunciar que vai
desmilitarizar uma área correspondente a 3,5% de Varosha, segundo o
jornal Cyprus
Mail. Assim, proprietários poderão retornar a seus imóveis, numa área
bloqueada e abandonada onde apenas a visitação é permitida atualmente.
A
decisão unilateral, contestada pelos cipriotas-gregos, desagradou a União
Europeia (UE), da qual o Chipre é membro. Josep Borrell, alto representante do
bloco, atribuiu aos turcos a responsabilidade pela situação em Varosha e
alertou que a reabertura pode intensificar a crise entre os dois grupos que
dividem o país.
Para
a ONU e a UE, o Chipre é um país bicomunitário
e birregional, mas com governo único. Um conceito ignorado por Erdogan, que
vê na reabertura de Varosha a chance de fortalecer a ideia de dois Estados
independentes. “O novo processo de negociação só pode ser feito entre os dois
Estados. Temos razão e vamos defender nosso direito até o fim”, disse ele.
Tatar
chama para si a responsabilidade. “Eu sou o homem que convenceu Erdogan de que,
esgotadas todas as oportunidades da federação, deveríamos buscar essa solução
de dois Estados ”, disse ele ao jornal britânico Guardian,
minimizando a recusa da UE em discutir um acordo nesse sentido.
País
dividido
Em
1974, diante do golpe de Estado apoiado pela Grécia que derrubou o presidente
Makarios III, a Turquia invadiu o Chipre sob o pretexto de instalar ali uma
“missão de paz”. O país, então acabou dividido pela chamada “linha verde”, que
corta a capital Nicósia ao meio. Desde então, o Chipre é ocupado por dois
grandes grupos étnicos: os cipriotas-gregos e os cipriotas-turcos
A
divisão do país nunca foi bem aceita pelos gregos, sobretudo após os turcos
declararem a República Turca do Chipre do Norte. O território, porém, não é
reconhecido internacionalmente, embora tenha iniciado em 2014 um processo nesse
sentido junto à ONU (Organização das Nações Unidas).
Para
ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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