Da Redação
Enquanto
a variante Delta atinge em cheio os Estados Unidos e a Inglaterra, países onde
a vacinação contra a Covid-19 está bastante avançada, o Brasil, que tem a
imunização baixa, não está preparado para lidar com a variante indiana mais
transmissível, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No
Brasil, pouco mais de 34,3 milhões de pessoas completaram o ciclo vacinal com
duas doses ou dose única, o que representa apenas 16,2% da população —
cobertura considerada baixa por especialistas, especialmente se comparada à de
outros países.
Para
a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, em artigo
publicado no O Globo, o Brasil deve retomar as medidas restritivas contra a
doença e vacinar mais rápido a população, sobretudo a mais jovem.
“Estamos
com seis meses do início da aplicação das vacinas no Brasil, sabidamente
atrasados em relação a outros países, que começaram em dezembro do ano
passado”, afirmou a médica, que destacou a dificuldade do Brasil em sequenciar
as cepas da Covid-19.
Segundo
Dalcolmo, países como Estados Unidos e Inglaterra, que também já detectaram a
presença da variante apresentaram aumentos significativos no número de novas
infecções diárias pela covid-19, o que pode ser um prenúncio do que irá
acontecer no Brasil.
Por
onde a variante Delta já passou, houve uma alta taxa de transmissibilidade e
sintomas principais diferentes das demais variantes da Covid-19 até o momento.
De
acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o Brasil já registra mais
de 100 casos da variante. O Rio de Janeiro é o estado com o maior número de
casos detectados: 83 casos no total. Também foram registrados casos no Paraná
(13), Maranhão (6), Minas Gerais (1), São Paulo (3) e Pernambuco (2).
E
o número de mortes no Brasil, apesar da queda dos últimos dias, continua alto.
Em 24 horas, foram registradas 1.425 mortes por Covid e 30.574 casos da doença.
Com isso, o país chegou a 544.302 óbitos e a 19.419.741 casos confirmados desde
o começo da pandemia.
Variante
Delta preocupa nos EUA e Inglaterra
Nos Estados Unidos, a variante Delta já é responsável por cerca de 83% dos
novos casos confirmados de Covid-19 no país. Essa porcentagem representa uma
forte alta desde o começo do mês, quando na semana de 3 de julho, a variante
era responsável por cerca de 50% dos casos sequenciados geneticamente.
A
cepa já é predominante em pelo menos 25 países, segundo dados do Our World in
Data, projeto ligado à Universidade de Oxford.
Os
Estados Unidos têm uma das vacinações mais avançadas do mundo, com mais de 338
milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 aplicadas, segundo dados do “Our
World in Data”.
São
101 doses para cada 100 habitantes. Mais de 55% dos americanos já receberam ao
menos uma dose e 48% estão completamente imunizados.
Os
EUA são o país com mais mortes por Covid-19 e casos confirmados do mundo (609
mil e 34 milhões, respectivamente), e o número de novos infectados voltou a
subir nas últimas semanas.
A
média de casos confirmados passou de 11,8 mil por dia no começo do mês para
34,7 mil atualmente, uma alta de 194% em apenas 12 dias. Mas o patamar ainda
está muito abaixo do pico de 250 mil alcançado no começo de janeiro.
Já
a média de mortes continua abaixo de 300 por dia há quase um mês, muito
inferior do recorde de 3,4 mil, que também foi registrado no começo deste ano.
Quanto
mais vacinas, menos mortes no Reino Unido
A variante Delta tem indicado um padrão de aumento de casos em todo o mundo. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos globais, em
queda desde abril, voltou a subir a partir de junho à medida que ela foi se
espalhando.
No
Reino Unido, onde a mutação circula desde o primeiro semestre, já há indícios
de uma possível terceira onda impulsionada pela variante, como indica o
Imperial College.
Só
no último domingo (18), foram quase 54 mil casos confirmados — número
semelhante ao do mês em que é considerado ter ocorrido pico da pandemia naquele
país, em janeiro.
Com
mais de 50% da população totalmente imunizada desde o dia 3 de junho (hoje,
está em 69%), esses casos não têm se revertido em mortes.
Embora tenha experimentado uma leve alta nos últimos dias, o auge de julho foi de 63 óbitos na última sexta (16), enquanto em janeiro chegou a ultrapassar 1.800.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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