Presidente iraquiano, Barham Saleh, dá as boas-vindas ao Papa Francisco, no palácio presidencial, na Zona Verde de Bagdá. O Papa Francisco desembarcou no Iraque devastado pela guerra na primeira visita papal, desafiando os temores de segurança e a pandemia para confortar uma das comunidades cristãs mais antigas e perseguidas do mundo Foto: VINCENZO PINTO / AFP
Por: Prof. Taciano Medrado
UR, IRAQUE—
Na primeira viagem de um chefe da Igreja Católica ao Iraque, o Papa Francisco
foi neste sábado à cidade sagrada xiita de Najaf, ao sul de Bagdá, para se
encontrar com o grande aiatolá Ali al-Sistani. Ele também visitou a região de
Ur, apontada pelo Antigo Testamento como o local de nascimento do patriarca
Abraão, cultuado nas três principais religiões monoteístas. No local, Francisco
condenou a violência em nome de Deus como “a maior blasfêmia” possível.
— Deste lugar, onde nasceu a fé, da terra de nosso pai Abraão,
vamos reafirmar que Deus é misericordioso e que a maior blasfêmia é profanar
seu nome odiando nossos irmãos e irmãs— disse Francisco em Ur.
Papa Francisco se reune com o grande aiatolá xiita Ali al-Sistani na cidade iraquiana de Najaf Foto: FOTO CEDIDA PELO VATICANO / VIA AFP
Sistani, de 90 anos, é uma das figuras mais influentes da vertente
xiita do Islã, dentro e fora do Iraque, e o encontro foi o primeiro entre um Papa e um alto clérigo xiita.
Após a reunião, Sistani pediu aos líderes religiosos mundiais que cobrassem
responsabilidade das grandes potências e que a sabedoria e o bom senso
prevaleçam sobre a guerra.
"A liderança religiosa e espiritual deve
desempenhar um grande papel para acabar com a tragédia e exortar os lados,
especialmente as grandes potências, a fazer prevalecer a sabedoria e o bom
senso e apagar a linguagem da guerra", disse Sistani em comunicado,
acrescentando que os cristãos devem viver como todos os iraquianos, em paz e
coexistência — a população cristã no Iraque diminuiu de 1,5 milhão de pessoas
para 300 mil depois da invasão americana de 2003 e as ações terroristas da
al-Qaeda e do Estado Islâmico (EI), ambos ligados a interpretações
fundamentalistas do Islã da vertente sunita.
O encontro entre o aiatolá e o Papa de 84 anos, a
portas fechadas, aconteceu na casa humilde que Sistani aluga há décadas,
localizada perto da cúpula dourada do santuário do Imã Ali em Najaf. Uma foto
oficial do Vaticano mostra Sistani em seu tradicional manto xiita preto e
turbante sentado em frente a Francisco.
Fonte: O globo
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