A Bahia está abaixo da média nacional em todas
as quatro médias examinadas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2019, divulgado nesta
quarta-feira (4), em webinário. Os dados são referentes a dados amostrais
apresentados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Foram realizados testes em alunos do 2º e 9º anos do ensino fundamental,
em sua maioria de escolas públicas. Houve também a aplicação de testes
numa amostra de colégios particulares. Foram testados conhecimentos em
Língua Portuguesa e Matemática (2º ano) e Ciências Humanas e Ciências da
Natureza (9º ano).
2º ANO DO FUNDAMENTAL
De acordo com o Saeb, a Bahia obteve proficiência média de 737,79 pontos
em Língua Portuguesa, abaixo da média Brasil, que é de 750. Segundo a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), a média do estado encontra-se no nível 4 do
ranking, que vai até o número 8 – a média brasileira é nível 5. Isto significa
que, em média, os estudantes desta etapa do Fundamental não são capazes,
provavelmente, “de localizar informação explícita em textos curtos (quatro a
seis linhas), como bilhete, crônica e fragmento de conto infantil”, conforme os
parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC) para determinar as
pontuações. Os alunos também, em maioria, não conseguem “escrever, de forma ortográfica,
palavras trissílabas com sílabas canônicas, com correspondências regulares
contextuais entre letras e fonemas, a partir de ditado”.
Para ampliar a foto click no link abaixo:
Já em Matemática, o estado
cravou 736,95 pontos, também no nível 4 da proficiência média. Dentre algumas
operações, os estudantes do 2º ano não conseguem, segundo a pontuação média,
“relacionar um conjunto de moedas (de valores de 5 ou 10 centavos) a uma única
moeda de valor equivalente, sem envolver conversão de centavos em reais” ou
“calcular o resultado da subtração de um número de três ordens por outro de
duas ordens em uma conta armada que não envolve reagrupamento”.
9º ANO DO FUNDAMENTAL
Em Ciências da Natureza, as
escolas baianas somaram, em média, 238,61 pontos, abaixo dos 250 da média
brasileira, colocando-se no nível 2 de 8 possíveis. Basicamente, os estudantes
conseguem “reconhecer a importância do uso de preservativo masculino na prevenção
da aids, dentre os diferentes métodos contraceptivos; identificar a ação do
hormônio adrenalina a partir de seus efeitos no corpo”. Nesse quesito, a maior
parte (23,7%) se concentra abaixo do nível 1, quando “não se domina quaisquer
das habilidades que compuseram o primeiro conjunto de testes para essa área e
etapa escolar”. Ao todo, 18,9% estão na fase 1 e 20,1% na fase 2 – estas sabem,
ao menos, o básico em relação à educação sexual e a prevenção que deve-se ter
em relações sexuais. Por outro lado, apenas 0,2% estão no nível 8+, último da
tabela, em que os alunos conseguem, além dos conhecimentos básicos,
"analisar o efeito do campo magnético nos materiais" e
"determinar a estação do ano a partir da duração do dia no hemisfério norte
e associá-la à estação correspondente no hemisfério sul".
Já em relação às Ciências
Humanas, a Bahia encontra-se também no nível 2 (este nível vai até o 9), com
proficiência média de 243,46 pontos. Neste ponto, os alunos conseguem
“reconhecer a centralidade da condição racial e a exploração de mão de obra
negra na agricultura extensiva como características das relações sociais e
econômicas típicas do período escravagista brasileiro”. Contudo, segundo os
padrões estabelecidos nos testes, em média, os estudantes baianos não conseguem
“compreender o fenômeno natural do deslizamento de terras e relacionar a sua
intensificação ao processo de ocupação de encostas íngremes em contexto urbano”
ou “compreender o destaque à importância do voto para o exercício da cidadania”
nas eleições. De acordo com as diretrizes da BNCC, neste nível também não é
possível “avaliar a permanência histórica das desigualdades e dos preconceitos
de gênero e as condições criadas pela legislação brasileira para inibir a
violência doméstica”.
De acordo com o ranking
elaborado pelo MEC e pelo Inep, 20% dos alunos baianos está no nível 1, quando
não se domina nenhum dos pré-requisitos para este nível escolar. Ainda há 18,9%
no nível 1, quando, em regra, só se consegue “associar o período do ano com
maiores temperaturas e precipitação à maior probabilidade de ocorrência de
arco-íris, com base em um climograma” e “compreender a capacidade de carga como
vantagem competitiva do transporte de mercadorias por meio de navio cargueiro
representado em imagem”.
Por outro lado, apenas 0,2% conseguiu a nota máxima. Dentre
outras diretrizes apontadas neste nível 9, os alunos conseguem “posicionar os
pontos cardeais na rosa dos ventos, considerando a localização de elementos de
uma paisagem descrita em poema e representada em imagem”.
O Saeb 2019 contou com 5.660.208 (80,99%) dos 6.989.131
estudantes previstos para a avaliação. Ao todo, 72.506 escolas participaram.
Dessas instituições, 62.769 tiveram os resultados divulgados. A avaliação é
realizada com foco no ensino público. Ainda assim, 2.117 escolas particulares
participaram desta edição.
Já no último Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (Ideb), o estado alcançou o maior patamar histórico.
Para ler outras
matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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