Da: Redação
Prof.Taciano Medrado
Prof.Taciano Medrado
Duas viradas marcaram o segundo turno das eleições 2020 na
Bahia. Tanto Feira de Santana quanto Vitória da Conquista tiveram vitórias do
PT no primeiro turno, com Zé Neto e Zé Raimundo, respectivamente. No entanto,
as urnas neste domingo (29) mostram que a pequena vantagem obtida na primeira
etapa não foi suficiente para derrotar os candidatos à reeleição Colbert
Martins e Herzem Gusmão, ambos do MDB. Com os resultados, os principais
colégios eleitorais baianos estão sob comando da oposição ao governador Rui
Costa nos próximos quatro anos.
Não eram derrotas esperadas. Houve um investimento alto do
PT e do governador nas campanhas dos dois “Zés” agora no segundo turno. Rui foi
presença constante nas duas cidades e existiu uma aposta alta de que o grupo
político que comanda a Bahia conseguiria vencer em ao menos uma das duas
cidades. Foi o pior cenário possível. E a fatura pode ser creditada aos
próprios candidatos, mas também ao governador, que não conseguiu agrupar a base
nas duas cidades ao ponto de garantir uma frente ampla de apoio aos candidatos.
Feira de Santana e Vitória da Conquista eram administradas
por gestores que não estavam em lua-de-mel com os munícipes. Colbert Martins
Filho herdou a cidade em 2018, quando Zé Ronaldo deixou a prefeitura para
disputar o governo na Bahia e, assim como Zé Neto, tentava pela quarta vez uma
vitória nas urnas. Durante a pandemia, o prefeito viveu altos e baixos e
poderia não obter êxito no pleito. Nesse cenário, o petista tinha a faca e o
queijo na mão para comandar o Paço Municipal Maria Quitéria. Não deu.
Situação similar viveu Herzem Gusmão. Após interromper um
ciclo de 20 anos do PT em Conquista, ele viveu momentos de tensão política até
mesmo com os aliados. Surfou um pouco na onda bolsonarista e também não estava
tão bem avaliado pela população durante os últimos quatro anos. No entanto,
instados a irem as urnas, os conquistenses optaram por prorrogar o mandato dele
por quatro anos ao invés de viverem sob tutela dos petistas mais uma vez.
Os dois prefeitos não eram adversários fáceis de serem
batidos. Ainda assim, as viradas e as diferenças nas votações mostram que o
modelo político petista parece passar por desgaste na Bahia. O governador não
pode ser o único culpado pelo desempenho dos aliados nas urnas, mas essa conta
vai ser colocada principalmente no colo dele. Foi um domingo amargo para o
petismo na Bahia, mas algo adocicado para a oposição. Afinal o seu expoente
maior na Bahia, o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), tem motivos de sobra
para comemorar o resultado das eleições 2020.
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