Segundo matéria publicada pelo Folha Press nessa
segunda-feira(02), o secretários de Saúde de ao menos cinco estados veem
relação entre o aumento recente de casos de Coronavírus e o início das
campanhas eleitorais pelo país.
No Amapá, houve quadruplicarão no número de
hospitalizados na rede privada ao passo que nas UBSs houve incremento de 300%,
diz o secretário Juan Mendes, que determinou a proibição de eventos de campanha
que causem aglomeração. Os hospitais particulares registraram ainda mais casos
no último mês do que os públicos.
Na Bahia, o boletim epidemiológico da última
quarta (28) apontou o maior acréscimo de casos novos (1.990) desde 14 de
outubro. “Os eventos reúnem centenas de pessoas aglomeradas, sem que haja a
devida atenção às regras sanitárias recomendadas”, diz Fábio Vilas-Boas, da
Bahia, para quem o Tribunal Regional Eleitoral deveria proibir aglomerações
presenciais, exceto carreatas. Ele diz que o país não vive segunda onda ainda,
mas uma “maré alta”.
No Espírito Santo, os hospitais próprios de
empresas de planos de saúde já têm os leitos cheios, diz Nesio Fernandes, do
Espírito Santo. Além das campanhas políticas, o secretário aponta mudanças nas
testagens e a sucessão de feriados como motivo para o aumento de casos na rede
particular do estado. Ele encaminhou um ofício ao TRE solicitando a suspensão de
atividades coletivas de campanha.
Cipriano Maia, do Rio Grande do Norte, diz que
o estado está em alerta. “Aqui desde o final de agosto temos mantido um patamar
no número de casos com pequenas oscilações, porém, as aglomerações associadas
às campanhas eleitorais em algumas regiões têm produzido aumento dos casos e
das taxas de internação”.
Na Paraíba, o secretário Geraldo Medeiros diz
que as convenções partidárias e a retomada das aulas presenciais contra as
recomendações do governo do estado estão levando a aumento recente no número de
casos, especialmente em João Pessoa e Campina Grande.
Em Pernambuco, o TRE proibiu atos com
aglomeração após aumento no número de casos do Coronavírus. Ao referendar a
decisão nesta sexta (30), o ministro Tarcisio Vieira, do TSE, disse que vídeos
divulgados pela imprensa e nas redes sociais mostraram “negligência com os
parâmetros de segurança consensuais da comunidade científica”.
“A aglomeração das campanhas é um motivador do
espalhamento do vírus”, diz Carlos Lula, presidente do conselho nacional de
secretários e titular da pasta do Maranhão, onde, contudo, ele ainda não
identifica aumento específico de número de casos.
Em São Paulo e Ceará, os secretários também
apontam aumento no número de casos na rede particular, mas não vinculam às
aglomerações de campanhas.
“Observamos que todas as pessoas que tínhamos
pedido para ficar em casa e que de fato ficaram são as que estão saindo agora
para a rua e se sentindo muito confortáveis. Não estão respeitando todos os
ritos e regras sanitários”, diz Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde em São
Paulo.
"De quem você vê maior circulação hoje?
Das classes A e B. Quem pôde, ficou em casa, e agora está saindo, indo em
academia, restaurantes, mas também estão apertando mão, abraçando, não usam
máscara”, completa. Gorinchteyn fala em incremento de 10% a 12% de internações
na rede privada nos últimos 10 dias.
No Ceará, o secretário Carlos Martins (Dr. Cabeto) vê aumento
no número de casos e internações nos bairros mais ricos, com detecção de surtos
a partir de casamentos, velórios e aniversários, especialmente.
Em alguns hospitais privados, diz, o
crescimento de internados chegou a 30% nas últimas semanas, mas é algo
localizado e que não aparece nos bairros de IDH mais baixo, que têm UPAs com
números estáveis.
Para ler outras
matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário