Com informações de Rafa Santos repórter da revista Consultor Jurídico.
Dos mais de 538 mil candidatos aptos para as
eleições municipais de 2020, 1,99% é de advogados. Os dados têm abrangência nacional e
foram levantados na página oficial de estatísticas do Tribunal Superior
Eleitoral.
São 11.077 advogados disputando algum cargo em todo o país. Destes,
1.421 (12,83%) são candidatos a prefeito e 893 (8,06%) concorrem ao posto
de vice-prefeito. A ambição mais comum entre os advogados, no entanto, é o de
alcançar uma cadeira de vereador. São 8.763 candidatos que representam nada
menos do que 79,11% dos advogados que concorrem a um cargo nessas eleições.
Entre os candidatos a prefeito das 26 capitais, 12,1% são advogados. Os
bacharéis ocupam a segunda posição no ranking geral, sendo superados
apenas pelos candidatos que informaram como ocupação o cumprimento de mandato
de deputado federal (21,7%).
O atual prefeito de São Paulo e candidato a reeleição, Bruno Covas (PSDB),
por exemplo, é formado em Direito na USP e atualmente se encontra com a
inscrição inativa nos quadros da seccional estadual Ordem dos Advogados do
Brasil.
Candidato a vice na chapa de Celso Russomano, o advogado Marcos da Costa
tem relação próxima com a comunidade jurídica e é ex-presidente da OAB-SP. O
próprio Russomano é bacharel em Direito.
Ainda no pleito paulistano, Márcio França estudou Direito na
Universidade Católica de Santos e atuou como oficial de Justiça por nove anos,
ao mesmo tempo em que ingressava na carreira política como vereador na cidade
de São Vicente, no litoral paulista
Por fim, o também candidato a prefeito de São Paulo, Orlando Silva,
chegou a ingressar no curso de Direito da Faculdade Católica da Bahia, mas
interrompeu o curso para se dedicar à política estudantil.
No Rio de Janeiro, a profusão de advogados e bacharéis em Direito é
menor, mas o número ainda é bastante significativo. Entre os candidatos a
prefeito da capital fluminense, Cyro Garcia se formou Faculdade Nacional
de Direito da UFRJ e Eduardo Paes, na PUC-Rio
Entre os candidatos a vereador que são advogados, algumas
candidaturas se destacam pela proximidade da comunidade jurídica — é o caso da
candidata Mariana Duarte Garcia Lacerda, neta de um ícone da Advocacia: Mário
Sérgio Duarte Garcia, que dirigiu a OAB-SP entre 1979 e 1981 e presidiu o
Comitê Suprapartidário que conduziu à campanha pelas "Diretas
Já"
Outros utilizam a profissão no registro de candidatura para serem
facilmente identificados pelo eleitor. Um deles é
candidato Ramiro Advogado (Podemos), que concorre ao cargo de
vereador na cidade de Gália, no interior paulista. Outro caso é o de Paulo
Assis Advogado (PSD), que é candidato em São José do Rio Preto (SP)
Familiaridade com o Direito é fundamental. O que mais desafia os
candidatos a gestores, no entanto, é capacidade administrativa.
A principal característica das prefeituras é a ineficiência e a ferrugem.
Uma licença ou alvará pode demorar de dois a cinco anos.
Não por acaso, o mercado imobiliário — setor que mais depende das
autorizações municipais — é quem patrocina as campanhas paulistanas de Bruno
Covas e Celso Russomanno. Não por opção política, certamente, mas por questão
de sobrevivência. Em São Paulo, um mero alvará de demolição, mesmo para construções
condenadas demora mais de dois anos. Como no resto do país, o único setor
eficiente da prefeitura é o das multas.
Para ler outras matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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