O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn,
disse hoje que as 6 milhões de doses da vacina contra a covid-19 que virão
prontas da China devem chegar ao país nos próximos dias. Ele também comentou
sobre a expectativa para a vinda dos insumos que serão usados na fabricação de
40 milhões de doses pelo Instituto Butantan. Em entrevista à GloboNews, o
secretário explicou que eles devem chegar em cerca de 17 dias
"A gente acredita
que as 6 milhões de doses [chegam] já nos próximos dias, que nós tenhamos no
nosso país. E os 40 milhões [de insumos] em pelo menos em 17 dias nós já
teremos para que o Instituto Butantan, através de suas duas fábricas já
existentes, possa formular e envasar essas vacinas."
O material será transportado em aviões e armazenados em
refrigeradores a temperaturas entre 2 e 8 graus. Gorinchteyn ressaltou que as
vacinas ficarão armazenadas até o final do estudo clínico da pesquisa. Ele
afirmou que, havendo o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), as doses estarão prontas para serem aplicadas. A vacina é chamada
de CoronaVac e feita em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica
chinesa Sinovac. A pesquisa está em curso e na última fase. Não há previsão para
o estudo ser finalizado. O secretário de Saúde declarou que há um esboço de
como será a distribuição da vacina caso, ao final do estudo, ela seja aprovada
pela Anvisa
O processo deve seguir o método já utilizado para a vacina da
gripe e priorizar grupos de risco: idosos, portadores de doenças crônicas como
hipertensão e diabetes, profissionais de saúde e trabalhadores da educação
A vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a
Sinovac é tema de grande polêmica. Ela chegou a ser incluída no Programa
Nacional de Imunização e 46 milhões de doses seriam adquiridas após negociação
com o Ministério da Saúde. Isto ocorreu na semana passada, mas menos de 24
horas depois o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cancelou o acordo.
Ele coloca em dúvidas a eficácia da vacina e faz críticas a sua
origem chinesa. Também pesou para a decisão a rivalidade política que Bolsonaro
mantém com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), incentivador da
CoronaVac. Com a situação, governadores, parlamentares e secretários estaduais
de saúde passaram a se organizar e pedir diálogo.
Há articulações para realização de reuniões com o Ministério da
Saúde e até a possibilidade de tratar do assunto no Congresso Nacional. Em
entrevista à revista Veja, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o
governo federal deve comprar a vacina.
Com informações da noticias /Uol
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