SÃO JOÃO: ADELMÁRIO COELHO DESAPROVA ESCOLHA DE LEO SANTANA EM LIVE JUNINA: "DURANTE O ANO NÃO CANTA UMA MÚSICA DE FORRÓ"



Da Redação
Prof. Taciano Medrado

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Às vésperas da exibição na TV Globo, o programa em homenagem ao São João, que vai ao ar neste sábado (20), ainda rende muita polêmica. Isso porque a TV Bahia, filiada da emissora, escolheu o cantor Léo Santana para representar o estado na live junina, enquanto todas as outras regiões terão artistas do forró como representantes.

Em entrevista exclusiva ao BNews, Adelmário Coelho, um dos principais nomes do gênero, também desaprovou a escolha. Vale lembrar que o debate veio à tona após vídeo divulgado por Leo Macedo, da banda Estakazero, e posteriormente reforçado pelo sanfoneiro Targino Gondim, que também em vídeo, afirmou estar indignado com o caso.

Ao BNews, Adelmario Coelho foi enfático em suas declarações. "Na verdade, nem deveria ter havido essa polêmica. Eu endosso as palavras dos meus amigos forrozeiros. A resposta está clara para esse cenário. As pessoas queriam ver um militante do forró. A Bahia tem representatividade. Tem dezenas e dezenas. Não quero titularidade, mas eu e vários já representamos a Bahia em diversos lugares. Qualquer um que tivesse sido convidado, faria tudo na paz e tudo dentro da lógica, dentro da lógica", destaca.

Apesar da desaprovação pela escolha de Leo Santana, o forrozeiro se mostrou bastante cuidadoso ao destacar que é admira o trabalho do cantor. "Sou fã do Léo, admiro. Ele é guerreiro, competente, buscou seu espaço e alcançou. Isso é o leito do rio. Ninguém questiona isso. Sou fã também. Mas aí, até Léo ser convidado. Ele não chegou lá e pediu, não chegou pra dizer que queria. Ele tem inteligência e dignidade. Mas, a pessoa que durante o ano não canta uma música de forró, ser chamado para representar", enfatizou.


Questionado se Leo deveria ter recusado o convite para representar o forró da Bahia, Adelmário chamou atenção que trata-se de uma questão pessoal e não ver erro nenhum em ele ter aceitado. "É uma decisão pessoal. É questão íntima. Não gostaria de entrar nesse mérito", afirmou e destacou. "Se me chamassem para pegar um trio da Barra até a Ondina, no Carnaval, eu diria que não".


Coelho ainda lembrou que toda essa situação serve também para chamar atenção das grades de São João nas cidades. "São João na Bahia tem uma força muito grande e o público mostra insatisfação até com as grades feitas no mês de junho. Está tudo errado em muitas cidades. Não digo os forrós de camisa, que o foco é ganhar dinheiro e não valorizar a cultura. Mas, já vi cidade, aqui na Bahia, trazer Anitta para tocar no dia 23 de junho. Isso deixa as pessoas indignadas".


O forrozeiro alertou também para o seguimento de uma cultura que atravessa gerações. "Existe uma cultura nordestina no mês de junho, de confraternizar pelos valores, pela tradição, por tudo que representa e já dura gerações, desde Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Genival [Lacerda] e muitos outros, que estão na batalha de janeiro a janeiro, comprometidos, em todas as circunstâncias. Trio Nordestino tem 70 anos, é da Bahia, e nem lembrado é. Existem forrozeiros e forrozeiras competentes por aqui".


Citado por muitos colegas do gênero como representante ideal para participar do programa, Adelmário afirmou que nem se quer foi cotado, a ponto de ser convidado. "Não. Convite não. Agradeço o carinho do Léo [Macedo] e do Targino, por exemplo, acho que eles dois também poderiam representar muito bem, têm história, há mais de 20 anos na batalha. Retribuo a gentileza. Mas, não tive nenhum convite".


Por fim, o cantor mostrou preocupação com a imagem da Bahia, arranhada por causa da polêmica, diante aos outros estados, quando o assunto é representatividade no forró. "De uma certa forma sim [imagem arranhada]. Deveria ter uma legitimidade de um representante. Estou sendo coerente com a história, com a proposta. Isso está fora da lógica, e faltando, ao meu ver, essa sensibilidade", declarou ao elogiar a manifestação dos fãs do ritmo. "Agora, o público deu uma reação muito bacana. Fico feliz quando recebo manifestações da juventude, por exemplo, valorizando o forró pé de serra, aí você consegue enxergar o fortalecimento. O público sabe o que quer e quando quer".



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