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Da Redação
Prof. Taciano Medrado
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
decidiu nesta sexta-feira (28) prorrogar por mais oito dias a GLO (Garantia da
Lei e da Ordem) que autoriza o emprego das Forças Armadas e da Força Nacional
para reforçar a segurança do Ceará. A informação foi antecipada pela Folha de
S.Paulo.
O estado enfrenta há dez dias um motim de
policiais militares. Na quarta (26), o governador Camilo Santana (PT) pediu ao
governo federal a prorrogação da GLO em território cearense. Em sua live
semanal, na quinta (27), Bolsonaro sinalizou que poderia não prorrogar o
decreto, que expira nesta sexta.
A decisão de autorizar a presença das tropas
federais ocorre em meio ao embate de Bolsonaro com outros
governadores -além da disputa sobre o ICMS dos combustíveis, 20 deles
chegaram a fazer uma carta com críticas ao presidente por ter associado Rui
Costa (PT-BA) à morte do miliciano Adriano da Nóbrega, ex-PM era
ligado ao senador Flávio Bolsonaro.
Após a fala de quinta-feira de Bolsonaro,
criticando prorrogações de GLO, governadores de ao menos quatro estados
cogitaram enviar forças de segurança ao Ceará se a presença federal no estado
não fosse prorrogada.
Como mostrou a colunista Mônica Bergamo,
da Folha de S.Paulo, de acordo com o governador Flávio Dino (PC do B-MA),
do Maranhão, os governadores do Rio de Janeiro, da Bahia, do Piauí e ele
próprio acertaram o envio de tropas ao estado. "Há um movimento para
cooperar."
Em sua live, Bolsonaro havia dito que a
operação não pode ser usada para "ficar eternamente atendendo um ou mais
governadores".
"A GLO no Ceará vence amanhã, os oito dias
da GLO e a gente espera que o governador resolva esse problema da PM do Ceará e
bote um ponto final nessa questão porque GLO não é para ficar eternamente
atendendo um ou mais governadores. GLO é uma questão emergencial", disse.
A decisão de prorrogação do decreto foi tomada
pelo presidente durante reunião no Palácio do Planalto na manhã desta sexta,
com participação dos ministros Sergio Moro (Justiça), Luiz Eduardo Ramos
(Secretaria de Governo), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Augusto Heleno
(GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e André Mendonça (AGU).
Integrantes do governo argumentam que a
renovação da GLO nunca havia sido descartada e que a fala do presidente de
quinta era apenas uma pressão para que governadores apoiem o projeto de
excludente de ilicitude, promessa de campanha de Bolsonaro que enfrenta
dificuldades no Congresso.
"O que eu pretendo do Parlamento
brasileiro para eu poder ter tranquilidade para assinar GLO, porque nesse momento
eu não tenho tranquilidade, nós queremos atender os governadores, mas os
governadores têm que ter ciência de que precisam nos apoiar para que o
Parlamento vote o excludente de ilicitude", disse.
Fonte : FolhaPress
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