Foto ilustração internet
Por: ILCO - Instituto Liberal do Centro Oeste. Artigo publicado em
Notável foi o desconforto que faixa
carregada por membros e amigos do Instituto Liberal do Centro-Oeste e
idealizada pelo Professor Eduardo F. Sallenave a respeito de Paulo Freire
causou em boa parte da esquerda brasileira - muitos destes que nunca sequer
leram qualquer obra do referido autor, além de frases motivacionais de
Facebook.
Ficamos felizes por este debate
crucial finalmente estar em pauta, e de incentivar parte da sociedade a rever o
lamentável estado da Educação brasileira.
Faz-se mister compreender Paulo
Freire além de fanatismos, clichês e correntes das redes sociais.
Freire, o homem recentemente
considerado "patrono da educação brasileira" em sua
"Pedagogia do Oprimido", apresenta a pedagogia como um
instrumento de revolução marxista.
Ao falar em "revolução", temos
que ter ao menos duas coisas em mente. De acordo com o próprio Freire, em sua
obra:
1) deverá ser operada uma
"revolução cultural", incutindo o "pensar certo" no
"oprimido" - isto é, a "consciência revolucionária", ou
"consciência de classe". A pedagogia seria um meio para a revolução,
e a revolução teria, em si, um "caráter pedagógico".
2) a revolução almeja e destina
"chegar ao poder". Evidentemente, esta etapa é descrita com léxico
recheado de expressões que remetem a "humanismo", "amor",
"liberdade".
O leitor já acha que parece um
panfleto marxista? Pois acomode-se; estamos só começando.
Diz Freire: "Consciente ou
inconscientemente, O ATO DE REBELIÃO DOS OPRIMIDOS, QUE É SEMPRE TÃO OU QUASE
TÃO VIOLENTO QUANTO A VIOLÊNCIA QUE OS CRIA, este ato dos oprimidos, sim, PODE
INAUGURAR O AMOR." (grifo nosso)
Lindo, não? O ódio e a violência
podem "inaugurar" o amor. Este (dupli)pensamento quase orwelliano
poetiza a brutalidade marxista como poucas passagens. Naturalmente,
coletivistas são atraídos pela ideia de poderem infligir mal e sofrimento a outros
com algum objetivo "nobre" - e muitas aspas nesta hora.
Ou ainda: "A revolução é
biófila, é criadora de vida, ainda que, para criá-la, seja obrigada a deter
vidas que proíbem a vida."
Além do ato de rebelião dos
"oprimidos" ser "violento" - podendo, ainda assim,
"inaugurar o amor" - Paulo Freire vai além e justifica toda e
qualquer matança em nome do projeto marxista. O "humanista" Paulo
Freire consegue justificar com relativa elegância as matanças em nome do
socialismo. Se estivesse vivo, mereceria o cargo de Ministro do Amor.
Aliás, Freire não esconde sua
admiração por nomes bastante conhecidos em fartas citações ao longo de sua
obra: Che Guevara, Mao Tsé-Tung (lembram da "revolução cultural"
mencionada acima?), Lenin, Marx.
Por exemplo, ao citar Che Guevara, remete
a um dos "cuidados" que deve ter o "revolucionário":
"Desta maneira, quando Guevara
chama a a atenção ao revolucionário para a "necessidade de desconfiar
sempre - desconfiar do camponês que adere, do guia que indica os caminhos,
desconfiar até de sua sombra", não está rompendo a condição fundamental da
teoria da ação dialógica. Está sendo, apenas, realista."
Paulo Freire ainda narra a
"liderança de Fidel Castro", retratando-o como um exemplo de
"coragem", de "valentia de amar o povo" e de
"sacrifício":
"A liderança de Fidel Castro e
de seus companheiros, na época chamados de "aventureiros
irresponsáveis" por muita gente, liderança eminentemente dialógica, se
identificou com as massas submetidas a uma brutal violência, a da ditadura de
Batista.
Com isso não querermos afirmar que
esta adesão se deu tão facilmente. Exigiu o testemunho corajoso, a valentia de
amar o povo e por ele sacrificar-se".
Belo "sacrifício" de Fidel
e Guevara em promover fomes, racionamentos, torturas e assassinatos de dezenas
de milhares em Cuba, piorando significativamente a qualidade de vida da
população, enquanto hoje o ditador cubano vive em luxo, sendo um dos homens
mais ricos do planeta.
Para o amigo leitor, já não deve ser
surpresa alguma que o cidadão considerado "patrono" (sic) da nossa
"educação" (sic) tenha tanto apreço por carniceiros e ideólogos das
maiores chacinas da História da humanidade - "somente" 100 milhões de
mortos em nome do Paraíso na Terra só no século XX.
As vazias tautologias freireanas
seguem inclusive beirando outros campos, como o da Economia:
"Esta é a razão por que não pode
haver desenvolvimento sócio-econômico em nenhuma sociedade dual, reflexa,
invadida. É que, para haver desenvolvimento, é necessário: 1) que haja um
movimento de busca, de criatividade, que tenha no ser mesmo que o faz, o seu
ponto de decisão; 2) que esse movimento se dê não só no espaço, mas ao tempo
próprio do ser, do qual tenha consciência."
Mal sabia o teórico marxista que o
segredo para a riqueza das nações não tem qualquer coisa a ver com retórica
desgastada e nebulosa, mas com Liberdade Econômica. A possibilidade de criar,
de ter, de trocar livremente, de fazer contratos, enfim, de ser proprietário de
si mesmo garante o melhor caminho para a prosperidade.
Quantos às críticas recebidas pelo
protesto, seria ingenuidade demais achar que a faixa "Basta de Paulo
Freire" é direcionada a frases sem qualquer substância prática e
emuladoras de um bom-mocismo - por exemplo, aquelas que falam vagamente de
"amor", de "educação para libertar", de "amar árvores
e bichos".
Entretanto, boa parte da esquerda
brasileira se ofendeu justamente por não conhecer, em substância, o que o autor
representa, ficando presos na surpresa de ver qualquer manifestação contrária a
seu pensamento.
Faz-se necessário apontar que o
centro da crítica está na filosofia pedagógica freireana, em sua visão de mundo
marxista, classista e consequente e inexoravelmente violenta, que obviamente
ainda ressoa na formação de professores brasileiros - muitos, infelizmente,
desavisados quanto ao caráter político do ideólogo.
Também metodologicamente Paulo Freire
é amplamente criticado por sua óbvia ênfase política e ideológica, em vez de
pedagógica e educacional; pelas óbvias contradições de se dizer um
"libertador" enquanto, na prática, promove doutrinação; pela a
vagueza e o vazio prático em seus diversos enunciados; pela dúvida que há até
mesmo quanto à originalidade de boa parte de seu trabalho.
“Ele deixa questões básicas sem
resposta. Não poderia a ‘conscientização’ ser um outro modo de anestesiar e
manipular as massas? Que novos controles sociais, fora os simples verbalismos,
serão usados para implementar sua política social? Como Freire concilia a sua
ideologia humanista e libertadora com a conclusão lógica da sua pedagogia, a
violência da mudança revolucionária?”
“[No livro de Freire] não chegamos
nem perto dos tais oprimidos. Quem são eles? A definição de Freire parece ser
‘qualquer um que não seja um opressor’. Vagueza, redundâncias, tautologias,
repetições sem fim provocam o tédio, não a ação.”
“Não há originalidade no que ele diz,
é a mesma conversa de sempre. Sua alternativa à perspectiva global é retórica
bolorenta. Ele é um teórico político e ideológico, não um educador."
“Sua aparente inabilidade de dar um
passo atrás e deixar o estudante vivenciar a intuição crítica nos seus próprios
termos reduziu Freire ao papel de um guru ideológico flutuando acima da
prática."
Quando a instrução vira doutrinação,
é fácil ver o nível da educação cair vertiginosamente. E quando a educação,
que deveria ser prerrogativa dos pais, passa a ser prerrogativa de burocratas,
vemos todo o tipo de tentativa de manipulação possível.
É claro que Paulo Freire enxergava a
pedagogia como uma possibilidade de doutrinar, de pavimentar o caminho para uma
suposta revolução - que sabíamos, desde o século XX, ser falida em si mesma,
impossível economicamente e inerentemente injusta e brutal.
Freire aponta o "educador
humanista" como um "autêntico revolucionário". Aos pais e
pagadores de impostos do Brasil: é esta a Educação que você quer para suas
crianças? É este tipo de filosofia e ética anti-capitalista que você deseja que
permeie o ensino dos pequenos?
Muitos "educadores" do MEC,
inspirados no panfleto marxista de Freire, já pararam para se perguntar se os
pais e pagadores de impostos desejam que seus filhos recebam este tipo de
"educação de classes"?
Esta é uma pergunta retórica: para um
marxista, como para qualquer outro coletivista, o desejar individual é a menor
das preocupações. O indivíduo é um mero detalhe descartável perante os planos
"da revolução".
O que queremos, finalmente?
Queremos Educação com Liberdade.
Queremos que pais possam ser livres para escolher o que seus filhos estudam,
onde eles estudam - se em casa, por homeschooling, em colégios, com tutorias.
Queremos que nossos pequenos não
tenham ideologias empurradas goela abaixo por gente que acha que sabe decidir
pelos filhos dos outros.
Queremos uma educação descentralizada
e não sujeita aos caprichos de um pequeno corpo de burocratas em Brasília que
intrusivamente decide até o currículo a ser estudado por alunos nos quatro
cantos do Brasil.
Queremos o fim da
doutrinação marxista sustentada com dinheiro público.
Basta de Paulo Freire!
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