Foto montagem TMNews do Vale
(*) Taciano Medrado
Os Ministros escolhidos por Lula, não são meros compromissos partidários, mas sim oriundos de uma legião de apoiadores que fazem de tudo para protege-lo, nem que pra isso sacrifiquem as suas histórias e seu passado.
Foi assim com Juscelino, o campeão de denuncias de irregularidades e falcatruas e nessa tarde de sexta-feira foi a vez do outro "peão" se sacrificar - Carlos Lupi seguiu a mesma estratégia do seu par das Comunicações - pediram demissão, uma forma blindar seu líder - Lula e o PT.
Na terceira encarnação de Luiz Inácio como presidente, o Brasil esperava um espetáculo de experiência e habilidade política. Afinal, depois de sobreviver a crises, escândalos e até à cadeia, Lula voltou com o verniz de estadista reabilitado. Mas o que ninguém esperava é que ele fosse montar um ministério digno de um filme de ação japonês: os Ministros Kamikazes. Gente que não só se joga no abismo, mas faz questão de acender o pavio antes de pular.
Temos ministros que confundem cargo com palanque, outros que travam batalhas ideológicas como se estivessem em 2005, e ainda os que resolvem brigar com setores inteiros da economia — tudo com a finesse de um elefante com jetpack em uma loja de cristais. E Lula? Ora, Lula faz o que sempre fez: finge que não viu, que não era com ele, ou, se for inevitável, dá um puxão de orelha paternal, como quem diz: “Esse menino é meio doido, mas o coração é bom.”
Mas eis que, em pleno turbilhão político, surgem os ministros-bomba-relógio. Para tentar estancar a sangria e blindar o presidente de desgaste maior, dois deles resolveram pular do navio antes que afundasse: Juscelino Filho, das Comunicações, atolado até os fios da fibra ótica em suspeitas que nem um bom plano de dados consegue esconder; e Carlos Lupi, da Previdência, que saiu discretamente pela porta dos fundos, como quem percebeu que o INSS já era bomba demais para ser desarmada no colo do chefe.
Ambos entregaram suas cartas de demissão como quem diz: “Fique tranquilo, presidente. A culpa morre conosco.” Uma espécie de haraquiri político por lealdade, só que sem a honra do samurai — e com bastante cálculo eleitoral. Lula agradeceu, claro, como quem recebe um buquê de flores no meio de um incêndio: simbólico, bonito para a imprensa, mas inútil diante do fogo.
Enquanto isso, a tal frente ampla parece mais um coral desafinado, onde cada ministro canta uma música diferente — e desafina no tom da realidade. Um quer agradar o centrão, outro quer bater no agronegócio, outro ainda acha que a imprensa é inimiga, e tem até os que parecem estar em missão de sabotar o próprio governo, só para provar um ponto obscuro que ninguém entendeu.
E o povo? Bom, o povo assiste a tudo entre o meme e a indignação. Afinal, quem precisa de oposição quando os próprios ministros se dedicam com tanto afinco a sabotar o governo de dentro?
Se Lula conseguir chegar ao fim do mandato com esse time, vai merecer não um prêmio de liderança, mas um documentário sobre sobrevivência extrema. Algo entre No Limite e Game of Thrones, versão Planalto.
(*) Professor e analista político
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