O
deputado Alexandre Leite (União-SP) disse que o presidente
da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), traiu Elmar
Nascimento (União Brasil-BA) ao não chancelar o nome dele como
sucessor no comando da Casa. A declaração ocorreu na sessão do Conselho de
Ética da Câmara desta quarta-feira, 11, que aprovou o andamento do processo de cassação do
deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Glauber e aliados afirmam que
o processo contra ele é fruto de uma articulação de Lira, o que foi rebatido
por Leite.
“Eu
me senti ofendido por Vossas Excelências, porque sou membro do mesmo partido do
presidente Leur (Leur Lomanto Júnior (União-BA), presidente do Conselho de
Ética), e não há ninguém que esteja mais descontente com o presidente Arthur
Lira do que eu e o deputado Leur. O presidente Arthur Lira traiu o deputado
Elmar. Ele traiu o nosso líder, o deputado Elmar”, afirmou Alexandre Leite.
O Estadão procurou o presidente da Câmara para comentar a declaração,
mas não obteve retorno.
Elmar
era o favorito a ser indicado por Arthur Lira para a sucessão da Câmara, que
será decidida em fevereiro do próximo ano. A situação mudou quando o Palácio do Planalto agiu para
desidratar a candidatura do baiano e emplacar o nome de Hugo
Motta (Republicanos-PB).
Na
sessão do Conselho de Ética desta quarta, um parecer favorável a abertura do
processo da cassação de Glauber foi aprovada por dez votos a dois. Após o
resultado ser apresentado no telão do colegiado, o deputado do PSOL protestou e
disse que o relatório foi “comprado” por Lira, a quem chamou de “bandido”.
Glauber
está sendo julgado por expulsar do prédio da Câmara um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) aos chutes. O
deputado do PSOL tem até dez dias úteis para apresentar uma defesa escrita. Em
seguida, abre-se o prazo de 40 dias úteis para instrução probatória, com a
solicitação de documentos e oitivas de testemunhas, do relator e do parlamentar
fluminense.
Na
sessão, Alexandre Leite disse que vai pedir a suspensão cautelar de Glauber. A
suspensão cautelar é um mecanismo criado por Lira e aprovado em junho deste
ano, que permite que a Mesa Diretora imponha uma suspensão do mandato de um
parlamentar em até seis meses em casos de discussões acaloradas.
Estadão
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