Foto: Reprodução Internet
Da
Redação
Prof.
Taciano Medrado
O uso contínuo e excessivo de Cannabis pode deixar uma
pessoa louca, segundo a presidente da Associação de Psiquiatras da Bahia Miriam
Elza Gorender. Para ela, “louco fica quem pode e não quem quer”. “O que as
pessoas falam de louco, que é o psicótico, só fica mesmo quem tem a
pré-disposição ou quem fuma muita maconha”, garantiu a especialista, ao negar a
existência de maconha medicinal.
A Cannabis foi
comparada pela psiquiatra ao veneno de jararaca. A explicação da médica é de
que apenas algumas substâncias da erva podem ser utilizadas como medicinais. Para
fortalecer o argumento Miriam citou o captopril, medicamento utilizado no
tratamento da pressão alta e extraído do veneno da espécie de serpente. “Alguém
prescreve veneno de jararaca? Do mesmo jeito eu jamais prescreveria maconha”,
justificou.
A médica
defende o uso de Canabidiol, substância encontrada na erva e com efeito
benéfico para tratamento de algumas doenças mentais, mas ela explica que apenas
a produção controlada e seguindo rigorosos protocolos de segurança resulta em
uma erva com quantidades realmente benéficas de Canabidiol. “Essa maconha que
traficam tem praticamente zero de Canabidiol. Então não adianta você comprar
maconha, plantar seu pé e fazer um chá, porque vai ter zero Canabidiol. Agora
vai ter um teor gigante de tetrahidrocanabinol, que é o que pode lhe deixar
louco para o resto da vida”, ponderou.
A presidente
da Associação de Psiquiatras da Bahia defende a intensificação de pesquisas e
estudos sobre os efeitos, dosagens ideais de Canabidiol, assim como a forma de
preparo, composição e efeitos colaterais.
“A maconha tem
prejuízo demais para a gente dizer que ela é medicinal. Ela tem moléculas e
substâncias que você pode extrair, inclusive várias não da Cannabis sativa, mas
de outras espécies de Cannabis”, pontuou Miriam Gorender, que ainda destacou
que atualmente cerca de 80 canabinóides vem sendo estudados.
A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está em um processo de julgamento
da proposta que libera o plantio de Cannabis no Brasil para pesquisa e
produção de medicamentos. Apresentada em junho, a proposta prevê que o aval ao
plantio possa ser dado para empresas interessadas em pesquisa e produção de
medicamentos, mediante cumprimento de regras de segurança.
Atualmente o
plantio de maconha é proibido no Brasil. Desde 2006, no entanto, a lei 11.343
prevê a possibilidade de que a União autorize o plantio "para fins
medicinais e científicos em local e prazo predeterminados e mediante
fiscalização".
O
diretor-presidente da Anvisa, William Dib, constantemente tem rebatido
críticas do governo federal sobre a liberação . Em entrevista à Folha
de S. Paulo, Dib declarou que está otimista sobre a aprovação da medida, mesmo
tendo ciência de que enfrentará resistências. Ele ainda assegurou ao
veículo que a liberação desses produtos oferecerá baixo risco sanitário ao
Brasil. “O pior que vai acontecer é ele ser inócuo", disse.
Na Bahia, o
presidente da Associação para Pesquisa e Desenvolvimeno da Cannabis no Brasil
(Cannab), Leandro Stelitano, acredita que o embate sobre a regulamentação
do plantio de Cannabis sativa para fins medicinais no Brasil, protagonizado
pela Anvisa e pelo Governo Federal, prejudica as famílias de baixa renda com
pacientes acometidos por doenças como autismo, epilepsia refratária de difícil
controle, autismo, Parkinson e esclerose múltipla, que poderiam estar sendo
beneficiados com medicação à base de CBD e THC. “Isso é que está
atrapalhando a regulamentação sair mais rápido. Porque o ministro [da Cidadania,
Osmar Terra] dá umas opiniões sem nenhum embasamento, apesar de ser médico”,
argumentou Stelitano
Fonte : Revista ciência


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