A corrente de comércio do Brasil, incluindo exportações e importações, chegou a 39% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2021. É o maior percentual da série histórica do Banco Mundial iniciada em 1960.
A
China atingiu 35% do PIB em 2020, dado mais recente disponível para comparação.
A do Brasil foi 33%. Obviamente, o PIB e o volume de comércio exterior da
China, em valores absolutos, são muito maiores do que os do Brasil.
A
corrente de comércio da China ficou estacionada em menos de 10% do PIB até a
metade dos anos 1970. O Brasil tinha o dobro dessa proporção em vários anos.
Mas em 1985 o país asiático chegou a 21%. Passou o Brasil, que tinha 20%.
A
escalada do comércio exterior na China continuou até os 64% do PIB de 2006.
Depois caiu porque o mercado interno do país cresceu muito mais.
O
saldo comercial acumulado no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá
chegar a R$ 1 trilhão até o fim do ano. Desde 2019 está em US$ 187 bilhões (R$
956 bilhões). Na 5ª feira (1º.set.2022) sairá o resultado de agosto da balança
comercial.
ANÁLISE
O
comércio exterior do Brasil cresceu muito durante a pandemia. Só com a China, o
superavit acumulado no governo Bolsonaro supera todos os governos desde 2002.
Isso
é resultado de sorte pelos preços mais altos de commodities? É competência das
empresas e áreas técnicas do governo para conseguir acesso a mercados? É uma
combinação das duas coisas.
Outra
questão é se isso veio para ficar. O comércio exterior do Brasil chegou a 2% do
total mundial no 1º trimestre deste ano. Parece pouco, mas é aproximadamente o
dobro do que tem vigorado desde os anos 1960.
A
escalada do comércio exterior como proporção do PIB costuma preceder fortes
ciclos de desenvolvimento. É o que se nota no exemplo chinês nas últimas 4
décadas.
O voluntarismo brasileiro é sempre um risco. Em vários momentos da história, os brasileiros caíram no autoengano de pensar que o desenvolvimento era um caminho inevitável.
O economista Otaviano Canuto destacou em artigo no Poder360 a necessidade de ampliar a abertura do Brasil a outros países. Não há competição entre importações e exportações: quanto maior a exposição internacional, maior o desenvolvimento.
Fonte: Poder360
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