RESISTÊNCIA: Exército russo está ‘atolado’ na Ucrânia, avaliam países ocidentais

Teatro em Mariupol, que abrigava mulheres e crianças, foi bombardeado (Foto: reprodução/Telegram)

O exército de Vladimir Putin está bombardeando cidades e transformando civis em vítimas desde o dia 24 de fevereiro, quando invadiu a Ucrânia. Mas a Rússia não vem tendo êxito em seu objetivo principal: ganhar território rumo a Kiev. Essa é a visão de países do Ocidente, que entendem que o conflito, o qual teoricamente Moscou esperava resolver em pouco tempo, já está a uma semana de completar um mês e parece “atolado”, sem conseguir avançar. As informações são da agência Reuters.

Até o momento, forças ucranianas têm conseguido segurar Moscou, esforço militar que impediu a tomada das maiores cidades do país, mesmo diante daquela que é considerada a maior ofensiva a um Estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial. Números oficiais relatam que mais de 3 milhões de ucranianos fugiram para os países vizinhos e milhares de civis e combatentes perderam a vida.

Segundo declaração feita pela inteligência militar britânica nesta quinta-feira (17), a invasão “estava em grande parte paralisada em todas as frentes”, e as forças russas estavam sofrendo baixas importantes por conta de uma resistência ucraniana sólida e bem comandada.

A incursão em larga escala da Rússia à Ucrânia partiu de quatro direções, enviando duas colunas maciças para Kiev do noroeste e nordeste, avançando do leste perto da segunda maior cidade, Kharkiv, e se espalhando no sul da Crimeia.

Após combates intensos, os subúrbios do nordeste e noroeste da capital hoje estão em ruínas. Mas o núcleo da cidade se mantém firme, sob toque de recolher e atento a ataques noturnos com foguetes.

Enquanto o fogo segue cruzado, Moscou e Kiev falam que as negociações têm progredido. De um lado, autoridades ucranianas dizem acreditar que os russos estão perdendo força para prosseguir com os ataques, o que pode levar, em breve, a um acordo que impeça a derrubada do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Já o governo russo afirma que está perto de concordar com uma medida que manteria a Ucrânia neutra, status que é uma de suas principais demandas há longa data.

Segundo o Kremlin, pelo quarto dia consecutivo, as negociações de paz foram retomadas nesta quinta (17) por videoconferência. Em pauta estão questões militares, políticas e humanitárias. Um importante assessor de Zelensky disse que a Ucrânia ainda mantém sua exigência principal: assegurar a soberania em áreas ocupadas desde 2014 por forças russas e pró-russas.

Abrigo com crianças é atacado

Em meio a uma atmosfera de mísseis cortando o céu, autoridades ucranianas relatam que equipes de resgate no porto de Mariupol, cidade no sul do país e até agora o local mais arrasado pela guerra, estão vasculhando os escombros de um teatro onde mulheres e crianças buscam refúgio dos ataques. O local foi bombardeado por forças russas na quarta-feira (16), mesmo com o alerta da presença de civis ao lado do prédio.

“O abrigo antibombas resistiu. Agora os escombros estão sendo removidos. Há sobreviventes. Ainda não sabemos sobre (o número de) vítimas”, detalhou a assessoria do prefeito Petro Andrushchenko.

Por que isso importa?

A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão russa ao país vizinho no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em 2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até hoje.

O conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação militar especial”.

“Tomei a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro, de acordo com o site independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.

Desde o início da ofensiva, as forças da Rússia caminham para tentar dominar Kiev, que tem sido alvo de constantes bombardeios. O governo da Ucrânia e as nações ocidentais acusam Moscou de atacar inclusive alvos civis, como hospitais e escolas, o que pode ser caracterizado como crime de guerra ou contra a humanidade.

Fora do campo de batalha, o cenário é desfavorável à Rússia, que tem sido alvo de todo tipo de sanções. Além das esperadas punições financeiras impostas pelas principais potencias globais, que já começaram a sufocar a economia russa, o país tem se tornado um pária global. Representantes russos têm sido proibidos de participar de grandes eventos em setores como esportecinema e música.

De acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, as punições tendem a aumentar o isolamento da Rússia no mundo. “Ele não tem ideia do que está por vir”, disse o líder norte-americano, referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin. “Putin está agora mais isolado do mundo do que jamais esteve”.

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