O
brasileiro Saulo resolveu deixar o trabalho de policial militar em São Paulo
para se juntar à legião estrangeira que ajuda a defender a Ucrânia na guerra contra
a Rússia. Ele é um entre
muitos brasileiros que viajaram ou planejam viajar ao país do leste europeu
para enfrentar as tropas invasoras, segundo o jornal argentino em inglês Buenos Aires Times. As informações são do site
de noticias internacionais A Referência;
No
caso de Saulo, a viagem foi rumo à Polônia,
onde diz que outros
brasileiros prometeram ajudá-lo a se unir aos demais combatentes em
território ucraniano. Na bagagem, roupas camufladas, botas de combate, um
coldre para pistola e uma faca. “Somente o essencial”, afirma ele, que também
carrega uma bandeira do Brasil.
Kiev
registrou até agora cerca de 20 mil estrangeiros, de 50 países diferentes,
na Legião
Internacional de Defesa do Território, criada pelo governo ucraniano para
lutar contra o invasor. Saulo é um deles. “Eu me identifico com a causa, com o
povo ucraniano que sofre a injustiça de um agressor estrangeiro. E quero ajudar
a evitar a Terceira Guerra Mundial”, diz.
A
passagem do ex-PM, somente de ida, foi comprada com dinheiro próprio, e ao
viajar ele deixou no Brasil a mulher e duas crianças. Diz que tomou a decisão
após ver imagens de edifícios
civis bombardeados por tropas russas e de ouvir a convocação
do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
“Há
o risco de eu não voltar. Quem passa por lá sabe disso, não somos criancinhas”,
disse Saulo, cujo único medo é o conflito “se tornar uma guerra nuclear”.
Sem
qualquer assistência
Para
se juntar à legião estrangeira, a única exigência é experiência militar ou
treinamento com armas de fogo. Entretanto, o cônsul da Ucrânia em São Paulo,
Jorge Rybka, afirma que os combatentes não recebem “qualquer tipo de
assistência” do governo ucraniano. O Ministério das Relações Exteriores do
Brasil, por sua vez, “enfaticamente desencoraja” a iniciativa.
Ainda
assim, há muitos
brasileiros dispostos a seguir o caminho de Saulo. Caso de Guilherme,
de 29 anos, que já serviu ao exército brasileiro e à legião estrangeira
francesa. Segundo ele, ir ao leste europeu combater as forças russas é uma
“oportunidade”.
“As
coisas estão difíceis aqui no Brasil”, disse Guilherme, que não usou o nome
verdadeiro por uma questão de segurança. “Ajudar na Ucrânia é uma oportunidade.
Temos que pensar no que podemos fazer para ajudar os outros neste mundo, e não
apenas dizer ‘essa guerra não é minha’. Porque o mundo está acabando”.
Galvão
é outro ex-militar brasileiro que viajou à Ucrânia e enxerga na guerra a chance
de iniciar vida nova. “Desde que entrei para o exército ucraniano, faço parte
desta nação e vou defendê-la até o fim”, disse o paulista, segundo quem os
combatentes estrangeiros “são recebidos aqui de braços abertos, com felicidade
e agradecimento”.
Por
que isso importa?
A
escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão
russa ao país vizinho no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em
2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até
hoje.
O
conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças
separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que
formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios
independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como
argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação
militar especial”.
“Tomei
a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de
Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro, de acordo com o site
independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira
explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em
Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.
Desde
o início da ofensiva, as forças da Rússia caminham para tentar dominar Kiev,
que tem sido alvo de constantes bombardeios. O governo da Ucrânia e as nações
ocidentais acusam Moscou de atacar inclusive alvos
civis, como hospitais e escolas, o que pode ser caracterizado como crime de
guerra ou contra a humanidade.
Fora
do campo de batalha, o cenário é desfavorável à Rússia, que tem sido alvo de
todo tipo de sanções. Além das esperadas punições financeiras impostas pelas
principais potencias globais, que já começaram a sufocar a economia russa, o
país tem se tornado um pária global. Representantes russos têm sido proibidos
de participar de grandes eventos em setores como esporte, cinema
e música.
De
acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, as punições tendem a aumentar o
isolamento da Rússia no mundo. “Ele não tem ideia do que está por vir”, disse o
líder norte-americano, referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin. “Putin
está agora mais isolado do mundo do que jamais esteve”.
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