Na
terça-feira (1º), o presidente dos EUA, Joe
Biden, disse que o novo alvo de seu governo seriam os oligarcas
russos aliados ao presidente Vladimir Putin. Um dia depois, na
quarta (2), a força-tarefa prometida pelo líder norte-americano anunciou o
início da Operação CleptoCaptura, cujo objetivo é apreender os bens de alguns
dos homens mais ricos da Rússia. As informações são da rede Voice of America (VOA)/ A Referência
O
Procurador-Geral Merrick B. Garland, responsável pela força-tarefa, disse que a
missão é colocar em prática, contra os oligarcas, as sanções econômicas
impostas pelo Ocidente à Rússia. “O Departamento de Justiça usará todas as suas
autoridades para apreender os bens de indivíduos e entidades que violarem essas
sanções”, disse ele.
Segundo
Garland, os alvos são os financiadores
do regime de Putin. “Não deixaremos pedra sobre pedra em nossos
esforços para investigar, prender e processar aqueles cujos atos criminosos
permitem que o governo russo continue esta guerra injusta. Deixe-me ser claro:
se você violar nossas leis, nós o responsabilizaremos”.
Biden
já havia se dirigido à elite
russa no dia anterior, em tom ameaçador. “Estamos nos unindo aos
nossos aliados europeus para encontrar e apreender seus iates, seus
apartamentos de luxo e seus jatos particulares. Estamos indo atrás de seus
ganhos ilegítimos”.
Iates
apreendidos
Na
prática, a apreensão de bens dos homens
mais ricos da Rússia já começou. Na Alemanha e na França, iates que
pertencem a dois oligarcas russos foram apreendidos, e alguns bilionários
ligados a Putin constataram que seus cartões de débito haviam sido bloqueados,
segundo a rede britânica BBC.
Autoridades
francesas na região de Marselha apreenderam o iate do russo Igor Sechin, que
comanda a Rosneft, empresa estatal de energia da Rússia. Já os alemães
apreenderam um iate avaliado em US$ 600 milhões pertencente a Alisher Usmanov,
magnata do setor de mineração.
No
caso de Sechin, a apreensão ocorreu quando as autoridades portuárias francesas
notaram que a embarcação se preparava para deixar o porto onde estava atracada
para reparos. Alguns bilionários russos, temendo sofrer ações semelhantes,
deslocaram seus iates para as ilhas Maldivas.
Já
Roman Abramovich, um dos mais populares oligarcas russos,, viu-se forçado a
colocar à venda o clube de futebol Chelsea, pelo qual pede US$ 4 bilhões. No
processo, o dono da agremiação disse, ainda, que abriria mão de uma dívida de
US$ 2 bilhões que o clube tem com ele. Várias propriedades de Abramovich na
Inglaterra também teriam sido colocadas à venda.
Ex-aliados?
Dois
oligarcas russos historicamente alinhados com Putin já se posicionaram contra a
guerra. Um deles é Mikhail Fridman, cofundador do Alfa Bank e cujos
pais vivem em Lviv, na Ucrânia. Ele classificou a guerra como “uma tragédia” e
pediu o fim do “derramamento
de sangue“.
O
empresário Oleg Deripaska, da indústria de metais, seguiu o mesmo caminho e se
manifestou contra o conflito em um grupo do aplicativo de mensagens russo Telegram.
“A paz é muito importante. As negociações devem começar o mais rápido
possível”, disse ele.
Fridman
e Deripaska não compareceram a uma reunião de emergência que Putin convocou na
última sexta-feira (25) com alguns dos donos das maiores fortunas do país.
Operação
de inteligência
Segundo
Daniel P. Ahn, ex-economista-chefe do Departamento de Estado dos EUA, ações do
gênero não são novidade. O que causa impacto dessa vez é a dimensão da medida.
“Já vimos apreensões de bens no passado. Vimos iates, apartamentos e outras
coisas sendo roubados. Esta é uma diferença de escala, e não uma diferença de
instrumento”.
O
desafio, segundo Ahn, será identificar os bens
pertencentes aos oligarcas. Ele diz que se trata de uma questão de
inteligência complicada, vez que indivíduos muito ricos costumam inserir suas
propriedades em complicadas redes que envolvem empresas de fachada e mesmo
outras pessoas.
Para
Jim Richards, fundador e diretor da Consultoria RegTech, muitos bens serão
simplesmente entregues pelos oligarcas sem maior resistência, numa tentativa de
satisfazer as autoridades sem abrir mão de todas as posses. “Se eu sou um
cleptocrata e não quero que eles peguem a maior parte das minhas coisas, vou
jogar fora as coisas que todo mundo conhece e esperar que me deixem em paz”.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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