Taleban trará de volta sua
mais cruel interpretação da lei Islâmica. O veterano líder fundamentalista
afegão Nooruddin Turabi disse, em entrevista à agência Associated
Press, que o grupo irá retomar a prática de execuções e amputações de mãos.
A diferença é que dessa vez o processo não será público, como ocorria em um
passado nem tão distante.
No primeiro governo
fundamentalista do Afeganistão,
no período de 1996 a 2001, Turabi era conhecido pela postura linha-dura, sendo
o principal executor da lei islâmica em sua mais violenta versão. Agora, sob o
novo comando, ele é o responsável pelas prisões. O mulá figura entre outros
vários líderes do Taleban em uma lista de sanções da ONU (Organização das
Nações Unidas).
“Ninguém vai nos dizer quais
devem ser nossas
leis. Seguiremos o Islã e faremos nossas leis sobre o Alcorão”, disse,
referindo-se ao livro sagrado do Islamismo.
A medida escancara a inabalável
faceta conservadora dos talibãs e parece enterrar de vez a prometida liberdade
de expressão anunciada pelo grupo islâmico ao tomar o poder central do
Afeganistão há pouco mais de um mês.
De moderno no Taleban, apenas
o uso da tecnologia para aumentar o alcance da mensagem extremista. “Agora
sabemos que, em vez de chegar a apenas centenas, podemos chegar a milhões”,
disse ele, acrescentando que, se as punições forem tornadas públicas, as
pessoas poderão ter permissão para gravar vídeos ou tirar fotos.
As punições
No currículo de Turabi
enquanto proeminente talibã, constam cargos de ministro da Justiça e chefe do
chamado Ministério de Propagação da Virtude e Prevenção do Vício – que cumpria
uma função de “polícia religiosa” – durante o regime vigente entre meados dos
anos de 1990 e começo dos 2000. À época, as punições ocorriam no estádio
esportivo de Cabul ou no terreno da mesquita Eid Gah, frequentada por centenas
de fiéis.
O destino de assassinos
condenados geralmente era morrer com um tiro na cabeça, disparado pela família
da vítima. Havia a opção de aceitar “dinheiro de sangue” para salvar o
sentenciado da morte. As amputações de mão recaíam sobre ladrões. Já aqueles
que cometiam assaltos em estradas tinham uma mão e um pé amputados.
A mudança significativa,
segundo Turabi, será a presença
de mulheres entre os juízes que julgarão os casos. “Cortar as mãos é
necessário para a segurança”, disse ele.
População segura
Para a população
de Cabul, a violenta repressão do Taleban tem um lado positivo: a capital
já se tornou mais segura. Antes da tomada do Taleban, criminosos dominavam as
ruas e sair depois de escurecer era extremamente perigoso. Agora, a situação
mudou.
“Não é bom ver essas pessoas
sendo envergonhadas em público, mas impede os criminosos porque, quando as
pessoas veem, pensam: ‘Não quero que seja eu’”, disse Amaan, um lojista no
centro de Cabul que pediu para ser identificado pelo primeiro nome.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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