ORIENTE MÉDIO: Taleban anuncia que o Afeganistão retomará lei de execuções e amputações

 

Jovem testemunha em julgamento criminal público em um tribunal em Asadabad, Afeganistão (Foto: S.K. Vemmer/Wikimedia Commons)
Da   Redação

Taleban trará de volta sua mais cruel interpretação da lei Islâmica. O veterano líder fundamentalista afegão Nooruddin Turabi disse, em entrevista à agência Associated Press, que o grupo irá retomar a prática de execuções e amputações de mãos. A diferença é que dessa vez o processo não será público, como ocorria em um passado nem tão distante.

No primeiro governo fundamentalista do Afeganistão, no período de 1996 a 2001, Turabi era conhecido pela postura linha-dura, sendo o principal executor da lei islâmica em sua mais violenta versão. Agora, sob o novo comando, ele é o responsável pelas prisões. O mulá figura entre outros vários líderes do Taleban em uma lista de sanções da ONU (Organização das Nações Unidas).

“Ninguém vai nos dizer quais devem ser nossas leis. Seguiremos o Islã e faremos nossas leis sobre o Alcorão”, disse, referindo-se ao livro sagrado do Islamismo.

A medida escancara a inabalável faceta conservadora dos talibãs e parece enterrar de vez a prometida liberdade de expressão anunciada pelo grupo islâmico ao tomar o poder central do Afeganistão há pouco mais de um mês.

De moderno no Taleban, apenas o uso da tecnologia para aumentar o alcance da mensagem extremista. “Agora sabemos que, em vez de chegar a apenas centenas, podemos chegar a milhões”, disse ele, acrescentando que, se as punições forem tornadas públicas, as pessoas poderão ter permissão para gravar vídeos ou tirar fotos.

As punições

No currículo de Turabi enquanto proeminente talibã, constam cargos de ministro da Justiça e chefe do chamado Ministério de Propagação da Virtude e Prevenção do Vício – que cumpria uma função de “polícia religiosa” – durante o regime vigente entre meados dos anos de 1990 e começo dos 2000. À época, as punições ocorriam no estádio esportivo de Cabul ou no terreno da mesquita Eid Gah, frequentada por centenas de fiéis.

O destino de assassinos condenados geralmente era morrer com um tiro na cabeça, disparado pela família da vítima. Havia a opção de aceitar “dinheiro de sangue” para salvar o sentenciado da morte. As amputações de mão recaíam sobre ladrões. Já aqueles que cometiam assaltos em estradas tinham uma mão e um pé amputados.

A mudança significativa, segundo Turabi, será a presença de mulheres entre os juízes que julgarão os casos. “Cortar as mãos é necessário para a segurança”, disse ele.

População segura

Para a população de Cabul, a violenta repressão do Taleban tem um lado positivo: a capital já se tornou mais segura. Antes da tomada do Taleban, criminosos dominavam as ruas e sair depois de escurecer era extremamente perigoso. Agora, a situação mudou.

Não é bom ver essas pessoas sendo envergonhadas em público, mas impede os criminosos porque, quando as pessoas veem, pensam: ‘Não quero que seja eu’”, disse Amaan, um lojista no centro de Cabul que pediu para ser identificado pelo primeiro nome.

 

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