A primeira rodada de pesquisas realizadas
pelo Ibope em 25 capitais mostra um cenário com diferenças significativas na
maneira como os eleitores avaliam a administração do presidente Jair Bolsonaro.
Enquanto em Salvador, na Bahia, o índice
dos que consideram o governo ótimo ou bom é de 18%, na capital de Roraima, Boa
Vista, a aprovação chega a 66%. Quando analisado o percentual de reprovação,
essas duas cidades também ocupam os dois extremos. Na primeira capital, o
percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo atinge 62%, enquanto
na segunda, 15%.
Apenas em
São Luís (MA) ainda não foi feito um levantamento do Ibope após o registro
oficial das candidaturas.
A média de aprovação ao governo Bolsonaro é maior nas
capitais do Norte e do Centro-Oeste e menor no Nordeste, no Sul e no Sudeste.
Professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Pedro Mundim acredita que,
com exceção de Boa Vista e Salvador, que fogem bastante da média, as demais
capitais estão mais próximas das pesquisas nacionais divulgadas recentemente.
A última pesquisa
nacional do Ibope sobre a aprovação do presidente, concluída
em setembro, mostrou uma aprovação do governo Bolsonaro por 40%. Os que
consideravam o governo regular somaram 29%. Esse foi o mesmo percentual de
brasileiros que consideravam o governo ruim ou péssimo.
Três grupos de capitais
Nesta
primeira rodada de pesquisa Ibope nas capitais, é possível identificar três
grupos, segundo o patamar de aprovação e reprovação do presidente. No primeiro
estão as cidades com aprovação dentro da média nacional, com pequenas variações
dentro da margem de erro, como Goiânia, Palmas, João Pessoa, Maceió, Macapá,
Belo Horizonte e Natal.
No grupo das cidades com aprovação acima da média
nacional estão, além de Boa Vista, cidades como Manaus, Porto Velho, Cuiabá e
Rio Branco. Já no terceiro grupo das cidades com alto percentual de eleitores
que reprovam o governo Bolsonaro estão, além de Salvador, cidades como
Teresina, Porto Alegre, Fortaleza, São Paulo, Recife, Belém, Vitória e
Florianópolis.
Cabo
eleitoral
Segundo
Pedro Mundim, apenas uma análise mais detalhada sobre a conjuntura política em
Boa Vista e em Salvador pode dar mais subsídios para explicar essas diferenças
tão significativas. Ele ressalta, porém, que a capital baiana tem sido um local
de resistência de partidos de esquerda e isso pode estar relacionado à
reprovação maior do presidente.
“Em Salvador, há uma tradição de lideranças do PT na
capital ou de partidos de esquerda que talvez explique essa reprovação alta. Ou
seja, o que é possível dizer é que há questões locais que afetam esses
percentuais. Mas, no geral, as capitais estão relativamente dentro da média
geral da pesquisa nacional”, observa Mundim.
O professor da UFG chama a atenção dos efeitos que
o indicador de aprovação e reprovação do presidente pode ter nas eleições nas
capitais. No Rio, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e Luiz Lima (PSL)
tentam colar a imagem no presidente. A aprovação de Bolsonaro no Rio, contudo,
está numericamente abaixo da média nacional (34%). Em São Paulo, onde a
aprovação de Bolsonaro é de 27%, Celso Russomano (Republicanos) é o candidato
apoiado pelo presidente
“Há uma relação clara. Onde o governo é muito
reprovado, não é interessante para os candidatos colarem a sua imagem no
presidente. Onde a aprovação é alta, isso pode resultar em algum ganho para o
candidato. Mas será preciso ficar atento ao seguinte: se mais de um candidato
buscar essa estratégia, os eleitores não terão como diferenciá-los porque ambos
estarão se colocando como aliados do presidente. Quando isso acontece, o
eleitor tende a buscar outras informações para identificar como esses
candidatos se diferenciam”, explica Mundim.
Para ler outras
matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
Aviso: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário