Em 11 de janeiro de 2018 o cidadão juazeirense Mario Gomes fez um artigo que foi publicado pela imprensa e passados quase tres anos o seus conteúdo continua muito atual . A equipe do blog do professor pesquisou e e reeditou o texto. Leia !!
“Os talentos, enaltecidos ao
coronal do apostolado literário, declaram às vezes, o absurdo, com uma
hombridade quase ridícula. (Camilo).”
Esta declaração (desabafo) será
dirigida às autoridades constituídas do Executivo, Legislativo e Judiciário, ao
povo em geral: pobres, ricos, cultos, incultos, mulheres e homens da zonas
urbana e rural, crianças, jovens, adultos e idosos, mortais e imortais e à
imprensa falada, escrita e televisada.
No dia 03 de janeiro do ano de 2018,
ouvindo o programa “Sem Fronteiras”, da Rádio Juazeiro, fiquei estarrecido, não
somente pelo que disse o Prefeito Paulo Bonfim, mas pela repetição do que vêm
dizendo: ele, o ex-prefeito Isaac e muitos dos seus seguidores: “Isaac – O
maior Prefeito de Juazeiro”, (sem analisar os itens que determinam ou que
afirmam isso…!). Nessa referida entrevista, ouvi por três ou quatro vezes: “Se
cada Prefeito que passou por aqui tivesse feito um pouquinho, a cidade era
outra”. Esta afirmação pode não ter tido a intenção: de rebaixar, mas rebaixou;
de humilhar, mas humilhou; de diminuir, mas diminuiu; de afrontar, mas
afrontou; de descredenciar, mas descredenciou; de culpar, mas culpou; de fazer
injustiça, mas injustiçou; de fazer julgamento, mas julgou; de ridicularizar,
mas ridicularizou.
Passei aquele dia pensando nas
famílias dos ex-prefeitos de Juazeiro, especialmente os já falecidos: Francisco
Martins Duarte – Ramiro Ribeiro – Henrique Rocha – José Inácio da Silva –
Aprígio Duarte Filho – Adolfo Viana – Leônidas Torres – Rodolfo Araújo – Miguel
Siqueira – Edson Ribeiro – Alfredo Viana – Ludugero Costa – José Padilha de
Souza – Américo Tanuri – Arnaldo Vieira do Nascimento – Durval
Barbosa da Cunha. Como será a reação dos familiares, ouvindo a
expressão: “…se tivessem feito um pouquinho!”
Me veio a lembrança de fatos e obras
anteriormente e me perguntei: sou analfabeto ou um desconhecedor da realidade?
Já que cheguei aqui com 11 anos, 1952 (hoje com 77 anos); acompanhei a
política, desde 1959 (18 anos). Residi à rua da Pimenta, numa casa de taipa, nº
212, hoje rua Francisco Martins Duarte. Juazeiro tinha aproximadamente 40 mil
habitantes.
Continuei a me perguntar: quem trouxe
as faculdades para Juazeiro, a agricultura irrigada, o Mercado do
Produtor, a FENAGRI, o Centro de Cultura João Gilberto, a 6ª Superintendência
da CODEVASF, a energia elétrica, a AGROVALE e o Distrito Industrial?! – quem
criou os Distritos Territoriais?! – quem iniciou e fez a maior parte do
asfalto?! – quem mais incentivou a cultura e construiu o Centro de Cultura João
Gilberto?! – quem construiu o canal da Vila Jacaré?! – quem canalizou os
riachos que cortam a cidade?! – quem iniciou o saneamento, inclusive com a
implantação do SAAE?! – quem construiu o Matadouro?! – quem construiu as praças
e jardins o cais e os mercados municipais?! – quem construiu as unidades
habitacionais de Juazeiro III – IV – V – VI – VII e VIII, Centenário, Castelo
Branco, Country?! – quem implantou os projetos: Cura I, Cura II, Cidades de
Porte Médio e PRODUR, com inúmeras obras e modernização administrativa para a
cidade?! – quem mais elevou a autoestima da cidade?! Quais dos Prefeitos,
tiveram convivência pacífica com os eleitores e adversários sem perseguição
política?! Qual ou quais deles?!!!
Por que estou perguntando tais
coisas: porque repetidamente dizem que Juazeiro não tinha nada!
Por que estão a dizer aos quatro
cantos que os Prefeitos anteriores não fizeram nem um pouquinho. Há de se
reconhecer que Isaac também fez. Reconheça-se ainda que ele foi o único
Prefeito na história de Juazeiro a assumir um mandato por 8 anos consecutivos e
aliado a um sistema político que o favoreceu muitíssimo, considerando as
oportunidades de uma reeleição que em governos anteriores não havia. Foi também
beneficiado com o advento da Municipalização dos recursos. Portanto, a
diferença entre o modelo atual e o anterior, é de um trovão para um traque.
Quando ainda jovem li um conto de
autor desconhecido: “DEVOLVA O PEIXE À ÁGUA”:
“Ele tinha onze anos e, a cada
oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa
ilha que ficava no meio do lago. A temporada de pesca só começaria no dia
seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja
captura estava liberada.
O menino amarrou uma isca e começou a
praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água. Logo, elas se
tornaram prateadas pelo efeito da lua nascente sobre o lago. Quando o caniço
vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha. O pai olhava
com admiração, enquanto o garoto, habilmente e com muito cuidado, erguia o
peixe exausto da água. Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era
permitida na temporada. O garoto e o pai olharam para o peixe tão bonito, com
as guelras para trás e para frente. O pai então acendeu o fósforo e olhou para
o relógio. Eram dez da noite, faltavam apenas duas horas para a abertura da
temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino e disse:
– Você tem que devolvê-lo, filho!
– Mas pai… – reclamou o filho.
– Vai aparece outro – insistiu o pai.
– Não tão grande quanto este,
choramingou a criança.
O garoto olhou à volta do lago. Não
havia outras pessoas ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o
pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza de sua voz, que a decisão
era inegociável. Devagar, tirou o anzol da boca do peixe e o devolveu à água
escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. E, naquele
momento, o menino teve certeza de que jamais veria um peixe tão grande quanto
aquele.
Isso aconteceu há muitos anos. Hoje o
garoto é um homem. O chalé continua lá, na ilha no meio do lago, e ele leva
seus filhos para pescar no mesmo cais. Sua intuição estava correta. Nunca mais
conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre
vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética. Porque, como
o pai lhe ensinara, a ética é simplesmente uma questão de certo ou errado. A
ética, porém, está em agir corretamente quando não se está sendo observado.
Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprende-se a devolver o
peixe à água”
Senhores, Prefeito e ex, Paulo Bonfim
e Isaac, seria muito bom que devolvessem à cidade: seu status e sua posição
perante a sociedade, quanto aos administradores passados. Eles também
fizeram…! Cada um na sua época! Cada um dentro de suas possibilidades!
Cada um priorizando a necessidade do momento!
Longfellow, acertadamente escreveu
para seus conterrâneos (e vale até hoje!): “Nós nos julgamos pelo que nos
sentimos capazes de fazer, e os outros pelo que já fizeram. Que bom reconhecer
os que outros igualmente fizeram!
Mário dos Santos Gomes – Cidadão de
Juazeiro
Para ler outras
matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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