Da redação
Prof. Taciano Medrado
Prof. Taciano Medrado
A segunda onda da pandemia de Covid-19, que já
preocupa Europa e Estados Unidos, pode atingir o Nordeste nos próximos meses. É
o que alerta o Comitê Científico do Consórcio Nordeste. A entidade reforça que
o risco é causado pelo relaxamento nos cuidados, campanhas eleitorais e vinda
de turistas europeus para o verão nas praias nordestinas.
“Há um risco real de que nos próximos meses
tenhamos um fluxo de portadores do Sars-CoV-2, até de cepas diferentes das que
aqui prevalecem”, alerta Miguel Nicolelis, neurocientista e um dos
coordenadores do comitê. Para frear a possibilidade, o comitê alerta que sejam
implantados em todos os aeroportos da região estandes sanitários com equipes de
saúde munidas de folhetos informativos, equipamentos de aferição de temperatura
e kits de testagem rápida de passageiros provenientes do exterior.
O comitê ressalta que turistas vindos de
regiões com aumento de casos da Covid-19 e que não apresentarem atestados que
comprovem a ausência de infecção devem ser colocados em quarentena de 14 dias.
“Já passamos por essa situação de ver os acontecimentos primeiro na Europa e
depois se reproduzindo aqui. Temos uma oportunidade, desta vez, de não deixar
isso se repetir”, reforça Nicolelis.
Pico da pandemia
O boletim nº 12 do Comitê Científico
mostra que a pandemia de Covid-19 já atingiu o seu pico em todos os estados da
região Nordeste. A entidade usou modelos de previsão matemática para chegar à
conclusão.
“Isso fez com que, em vários locais,
as medidas de isolamento social fossem diminuídas além do necessário,
resultando em alta probabilidade de uma possível segunda onda”, constata o
ex-ministro da Ciência e Tecnologia e também coordenador do Comitê Científico
do Nordeste.
O coordenador ainda frisa a “premência de se
adotarem as medidas sugeridas pelo Comitê porque uma nova onda de Covid-19,
obviamente, poderá trazer sérias consequências econômicas, sanitárias e
sociais, complicando ainda mais o cenário delicado que já vimos enfrentando
neste ano”.
Eleições
Cenas de aglomerações em comícios e atos da campanha eleitoral também preocupam
o comitê. Em geral, as campanhas criam eventos “onde pessoas desprezam todas as
normas sanitárias indicadas pela Organização Mundial de Saúde”, diz o
boletim.
Invariavelmente, nas aglomerações o risco
desse tipo de contaminação aumenta consideravelmente, gerando a expectativa de
que, no período pós-eleição, possa ocorrer uma segunda onda da epidemia.
Infelizmente, a maioria dos candidatos coloca sua eleição como prioridade,
desconsiderando a vida de seus eleitores e as suas próprias”, criticam os
cientistas.
Nas aglomerações as pessoas retiram as máscaras
com muita frequência, o que potencializa o risco. “Um estudo publicado na
revista Science indicou que o vírus pode permanecer no ar por algumas horas, ou
seja, tirar a máscara em aglomerações é um grande risco”, alertam os
cientistas.
Com informações do folha de Pernambuco
Para ler outras
matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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