Entre ataques e autopromoção: esse foi o tom do terceiro e
último bloco do debate eleitoral promovido pela TVE, na noite deste sábado
(24). Assim como a Band, a emissora abriu espaço para sete dos nove candidatos
à Prefeitura de Salvador questionarem uns aos outros sobre temas relevantes
para a população. Após dois blocos no esquema comum de perguntas e respostas,
os postulantes usaram o momento de suas considerações finais para agradecer a
aliados, criticar a gestão do prefeito ACM Neto (DEM), alfinetar adversário e
enaltecer a si próprios.
"Rompam com essa cultura de só eleger os filhos da
elite, essa elite que sempre governou e construiu a desigualdade. Apostem numa
filha do povo. Tenho coragem de mudar a história e mexer na estrutura para essa
elite desabar", clamou a deputada Olívia.
Candidata pelo PCdoB, a deputada estadual lembrou sua
trajetória no campo democrático e popular de esquerda, com participação nos
movimentos negro, estudantil, feminista e em defesa de um Brasil democrático.
Outro a tecer críticas a adversários foi o candidato Hilton
Coelho (PSOL). O também deputado estadual lembrou que o candidato Bacelar
(Podemos) teve o nome envolvido na polêmica do escândalo com a Fundação Pierre
Bourdieu, em que ele foi denunciado pelo Ministério Público do Estado da Bahia
(MP-BA), em 2015. O postulante do Podemos até pediu direito de resposta para se defender, mas o
apresentador do debate informou que a equipe jurídica da emissora rejeitou a
solicitação.
No seu momento, Bacelar lembrou que se preparou bastante
para disputar o Executivo municipal e defendeu que a cidade precisa de um
prefeito com “experiência política e administrativa para realizar essa tarefa”.
Ele também propôs que os demais candidatos utilizassem a espaço para assinar um
documento, exigindo que as emissoras de televisão fossem obrigadas a realizar
debates. Além da TVE, apenas a Band promoveu o confronto entre candidatos -
Record BA, TV Bahia e TV Aratu anunciaram que não vão realizar debates por
dificuldades de atender às medidas sanitárias em meio ao combate à Covid-19.
Ao se pronunciar, Hilton Coelho (PSOL) até alfinetou o
vice-prefeito sobre o assunto. "Bruno Reis, poderia pedir a seu patrão
para retomar o debate da TV Bahia?", indagou. Ele se refere ao fato de que
o empresário Antônio Carlos Magalhães Júnior, pai do prefeito ACM Neto, é
ex-presidente da emissora.
Apesar de contar com a concordância de Major Denice, a
proposta de Bacelar não ganhou muito mais espaço. A candidata do PT adotou um
tom mais ameno ao defender porque o eleitor soteropolitano deve escolhê-la como
opção. “Essa cidade que acolhe, essa cidade que protege, essa cidade que a
partir da minha gestão terá, sim, obras, mas que jamais estarão acima dessa
pessoas. Todas as pessoas importam, todas as vidas importam”, ressaltou,
acrescentando que não se faz um trabalhador e uma trabalhadora se amontoar num
ônibus lotado, em referência à situação comum em Salvador, agravada durante a
pandemia.
Pastor Sargento Isidório (Avante), por sua vez, preferiu
exaltar o próprio trabalho na Fundação Dr. Jesus. “Todos os dias, o tempo todo,
eu cuido de gente, porque há 27 anos Jesus cuidou de mim. Eu cuido de verdade.
Não é marketing político”, afirmou.
Ele também comentou sobre o personagem que representa para
chamar mais atenção. “Às vezes, as pessoas me veem dançando, batendo perna. Eu
não tenho tempo de TV. Quem não tem cão caça com gato. Mas o povo a sabe: se eu
doido, sou doido por Jesus”, concluiu.
Alvo principal da maioria dos concorrentes, o candidato
Bruno Reis (DEM) exaltou, como de costume, a gestão do prefeito ACM Neto (DEM),
da qual ele é o atual vice. “Nós temos muito orgulho de Salvador, hoje, ser a
capital em primeiro lugar em gestão fiscal. Em 2012, ocupava o último lugar.
Sabe por quê [mudou]? Porque aplicamos bem os recursos”, exaltou.
“Vamos investir na educação, na saúde, na moradia,
resolvendo o problema do transporte público em Salvador”, prometeu.
Já o candidato Celsinho Cotrim (Pros) usou a maior parte de
seu tempo para agradecer ao seu partido e a aliados. Ele promete ao eleitor que
será "o prefeito do emprego e do trabalho", caso tenha a chance de
assumir o Palácio Thomé de Souza a partir de 2021. "Vou governar Salvador
de forma igual", defende, ao citar as desigualdades sociais presentes na
cidade.
Expostas as considerações, o debate chegou ao fim. Esse
deve ser o último confronto televisivo realizado durante o primeiro turno da
eleição de Salvador. Marcado para 15 de novembro, o pleito conta ainda com os
candidatos Rodrigo Pereira (PCO) e Cezar Leite (PRTB), de fora dos debates na
TV pela baixa representação de suas legendas no Congresso Nacional.
Com informações do Bahia noticias
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