Foto reprodução internet
Por: Taciano Gustavo Medrado Sobrinho
Professor, Engenheiro Agrônomo e Especialista em irrigação e Drenagem
Olá caríssimo(a)s leitore(a)s,
No ultimo dia 23 de Junho o prefeito de Juazeiro no norte da Bahia , o senhor prefeito, Marcus Paulo Alcântara Bomfim, publicou no diário Oficial do Município (DOM) um decreto de nº 451/2010, que trata de situação de emergência nas áreas rurais segundo o referido decreto em atendimento ao Parecer Técnico nº 001/2020, da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil - COMPED, datado de 17 de Junho de 2020, bem como na Nota técnica BAHIA /SETAFE - SERTÃO DO SÃO FRANCISCO Nº 050/2020 de 24 de Março de 2020 em decorrência de desastre classificado e codificado como Estiagem. 1.4.1.1.0 conforme IN/ Mt nº 02/2016.
Tal decreto tomando como base "Estiagem", causa estranheza, uma vez que de acordo o site da Univasf, matéria publicada pelo Laboratório de Meteorologia da Universidade (LabMet), a região de Juazeiro onde o professor, Graduado e mestre em Meteorologia pela
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutor em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), afirma que a região do Sub médio São Francisco tem registrado elevados números de precipitação pluviométrica (Chuvas), muito acima do normal para o período desde do inicio do ano.
Vejam a matéria abaixo :
"A região de
Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) registrou, em janeiro, índices de chuva acima da
média esperada para o mês. Na cidade pernambucana, foram registrados 76
milímetros de chuva; e em Juazeiro, 129,8 milímetros, durante o primeiro mês do
ano. A média histórica para Petrolina, desde 1911, é de 70,4 milímetros e de
79,4 para Juazeiro. A informação é do Laboratório de Meteorologia (LabMet) da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), que acompanha clima e
tempo na região a partir das estações meteorológicas automáticas implantadas no
Campus Ciências Agrárias (CCA), na zona rural de Petrolina; no Campus Juazeiro
e no Espaço Plural, em Juazeiro. A expectativa é que, em fevereiro, a região
permaneça com bons índices de chuva, inclusive durante o período de carnaval.
A estação chuvosa
na região ocorre entre os meses de outubro e abril e este tem sido um ano
típico, com ocorrência das primeiras chuvas já em outubro. O coordenador do
LabMet e professor do Colegiado de Engenharia Agrícola da Univasf, Mário de
Miranda, esclarece que a média pluviométrica de janeiro nos últimos 40 anos é
de 58 milímetros. “Desde o início desta estação chuvosa, em outubro de 2019,
até o final de janeiro, já tivemos 199,2 milímetros de chuva em Juazeiro e
104,6 milímetros em Petrolina, o que pode ser considerado um bom volume para a
época”, diz Miranda.
A formação de
nuvens sobre a região nas últimas semanas também favoreceu uma redução nas
temperaturas, deixando o clima mais ameno. Apesar das temperaturas mais
brandas, que variam entre 20˚C pela manhã e 33˚C no meio da tarde, ainda é
comum a sensação de clima abafado devido ao aumento da umidade do ar e ao
consequente aumento da evaporação. “Com a radiação solar, a água que está mais
presente na atmosfera evapora e se condensa na forma de nuvens, que permanecem
sobre a região dando a sensação de clima abafado”, explica o meteorologista.
A medição
pluviométrica é feita na região desde 1910, naquela época realizada pela
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A Univasf passou a
fazer o acompanhamento das medições a partir de abril de 2007, com a criação do
LabMet. De acordo com Miranda, a partir do registro histórico de pluviometria
já realizado é possível acompanhar a evolução das chuvas e dos fenômenos climatológicos
na região.
Ele conta que o ano
mais chuvoso da série histórica de 100 anos foi 1985, quando foram registrados
1.059,6 milímetros em Juazeiro e 1.023,5 milímetros em Petrolina. “Muitas
pessoas pensam que o ano mais chuvoso foi 2004, quando houve fortes chuvas,
mais concentradas nos meses de janeiro e fevereiro, que causaram a enchente do
rio São Francisco”, comenta Miranda. Em 2004, Petrolina registrou o maior
índice pluviométrico da história no mês de janeiro, com 451,3 milímetros de
chuva e Juazeiro 553,3 milímetros, segundo dados da Embrapa Semiárido.
Nos últimos anos, o
comportamento pluviométrico tem estado dentro da normalidade, conforme o
professor Mário de Miranda. “A natureza apresenta um ciclo médio de 13 anos em
relação à ocorrência de chuvas no Semiárido. São geralmente 5 a 6 anos com
chuva abaixo da média, seguidos por dois a três anos com chuvas dentro da média
esperada e outros 4 a 5 anos com índice de precipitação acima da média”,
explica.
Por outro lado em pesquisa feita por nossa equipe junto a Embrapa Semi-árido obtivemos os seguintes dados de 01 de outubro até 07 de junho de 2020 com os respectivos volume de chuvas, conforme gráfico abaixo:
Dados Embrapa Semi Árido
Outro fator contraria o referido decreto emergencial da prefeitura diz respeito a quantidade de chuvas que caíram e ainda caem na cabeceira do Rio São Francisco , fazendo com que o Reservatório de Sobradinho, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), tenha atingido no último dia 3 de maio, a marca de 91,77% de seu volume útil, nível alcançado pela primeira desde 2009, quando Sobradinho chegou a 100% de sua capacidade.
A vazão defluente de Sobradinho estava em 1.600 m³/s e foi reduzida para 1.400 m³/s, no dia 1° de maio. Já a vazão de Xingó continua em 1.300 m³/s. O cenário se deu por conta das chuvas, principalmente as ocorridas no estado de Minas Gerais, a partir da segunda quinzena de janeiro deste ano, que possibilitaram um aumento significativo do nível do reservatório, após oito anos de escassez hídrica.
De acordo com a CHESF a barragem de Sobradinho se encontra
com 88,92% Volume útil, recebendo 780 m3 e liberando
1.637m3 .
Cópia do decreto emergencial
Para ler outras matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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