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Da Redação
Prof. Taciano Medrado
Olá caríssimo(a)s leitore(a)s,
A epidemia avança no País e
no mundo, trazendo questões de saúde, claro, mas também dúvidas sobre a rotina
em casa e a melhor forma de cuidar das finanças pessoais. Respondemos aqui
algumas das mais frequentes
1 - Devo me preocupar com a transmissão do
coronavírus por contato com superfícies contaminadas?
Leonardo Weissmann, consultor da
Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), diz que o vírus presente em
superfícies pode ser uma fonte de infecção, quando o indivíduo toca nela e em
seguida toca nos olhos, no nariz ou na boca. “Ainda é incerta a frequência
dessa transmissão, mas todos devem manter suas residências limpas”, afirma.
Para Fernando Bellissimo, professor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão
Preto, entretanto, mais importante do que limpar desenfreadamente as
superfícies é focar em descontaminar as mãos com higienização. “Esse vírus tem
porta de saída e porta de entrada. É importante barrar a porta de saída, que é
a tosse, o espirro e as gotículas de saliva, e também bloquear a entrada, que é
contato com olhos, nariz e boca, com a higienização das mãos. O caminho do meio
é mais difícil de controlar”, diz Bellissimo.
2 - Qual é a melhor forma de
deixar a casa segura?
Segundo Leonardo Weissmann,
consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), uma das medidas
principais é fazer diariamente a limpeza e a
desinfecção de superfícies que são tocadas frequentemente, como mesas,
cadeiras, maçanetas, interruptores de luz, controles remotos, torneiras e
descargas. “Nas residências onde há casos suspeitos ou confirmados de covid-19,
o cuidado deve ser bem maior. No quarto usado para o isolamento, a maçaneta
deve ser limpa frequentemente com álcool 70% ou água sanitária. Os móveis da
casa precisam ser limpos com maior frequência. Após usar o banheiro, a pessoa
com infecção deve sempre limpar vaso, pia e demais superfícies com álcool ou
água sanitária para desinfecção do ambiente”, afirma Weissmann.
3 - Quanto tempo o vírus resiste
em cada superfície?
Estudo de cientistas americanos
publicado em 16 de abril na revista New England Journal of Medicine mostrou
que o vírus consegue sobreviver até três dias em superfícies como plástico e
aço, e por até 24 horas em superfícies de papelão. Especialistas alertam,
porém, que esse tempo de sobrevivência depende da temperatura e da umidade do
ambiente. “Por isso, a limpeza e a desinfecção são importantes”, diz Plínio
Trabasso, médico infectologista da Unicamp. “Imagine em poucas horas quantas
pessoas podem manipular uma maçaneta de uma porta e um corrimão, por exemplo.”
4 - Não encontro álcool 70% para
comprar. Há alternativas para usar na limpeza, como água sanitária? O que é
melhor?
A virologista Juliana Cortines,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que o álcool 70% não
é a única opção para desinfecção de superfícies neste momento. “A água com sabão funciona bastante em uma
lavagem feita com cuidado. É uma boa opção porque é um produto de fácil acesso.
A água sanitária também funciona: o que é recomendado para limpeza de
superfícies é uma medida de água sanitária para quatro medidas de água”, diz
Juliana.
5 - Quais cuidados devo ter com
produtos de limpeza para evitar uma intoxicação?
No caso do álcool, a maior
preocupação é o fato de ele ser inflamável, explica Luisa Rios, pesquisadora da
Faculdade de Engenharia Química da Unicamp. “Apesar de o álcool ser altamente
volátil, não é uma evaporação instantânea”, diz Luisa. “Por conta disso, evite
cozinhar logo depois de passar álcool gel nas mãos ou depois de limpar o fogão
com álcool. Além disso, tente deixar a casa sempre arejada.” A pesquisadora
também alerta sobre a água sanitária, cujo vapor é tóxico para as vias
respiratórias. “Evite que a solução seja muito concentrada e tente arejar o
ambiente ao usá-la.” Luisa ainda orienta que as pessoas evitem produtos estranhos
neste momento - dependendo da concentração, eles podem ser perigosos, corroendo
superfícies e queimando a pele.
6 - Qual a melhor forma de limpar
embalagens do mercado?
Não há um consenso entre os
especialistas ouvidos pelo Estado sobre a necessidade de limpeza de
embalagens vindas do mercado. Entretanto, os que indicam a lavagem recomendam o
uso principalmente de água com sabão (ou detergente) ou de álcool 70%.
7 - Como higienizar sacolas
plásticas corretamente?
Plínio Trabasso, médico
infectologista da Unicamp, orienta a limpeza com álcool e dá uma dica: “As
sacolas plásticas de supermercado podem ser manuseadas pelo verso, virando-as
de dentro para fora”. Outra orientação é usar sacolas retornáveis, que podem ser lavadas com
água e sabão depois do uso
8 -Como higienizar frutas e
verduras?
Leonardo Weissmann, consultor da
Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), tem uma receita: “Lave as frutas e
as verduras inicialmente em água corrente. Em caso de folhas, cada uma deve ser
lavada separadamente. Depois, colocar em solução clorada (1 colher de sopa de
água sanitária para cada litro de água) e deixar de molho por 15 minutos.
Quando tirar da solução, lavar em água corrente. Por fim, deixar secar antes de
guardar.
9 - O coronavírus morre em água
fervendo? E no microondas?
Professor da Faculdade de
Medicina da USP de Ribeirão Preto, Fernando Bellissimo explica que, pela
natureza do coronavírus, a tendência é de que ele não resista a altas
temperaturas. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano
afirma que em estudos iniciais o microondas se mostrou um equipamento possível
para desinfecção, mas a eficácia depende do tempo de exposição e da potência de
cada aparelh
10 - Colocar os produtos na geladeira
já não mata o vírus? Preciso desinfetar antes?
Segundo especialistas ouvidos
pelo Estado, não há garantias sobre a menor temperatura que o vírus
suporta. Portanto, não devemos confiar na geladeira para eliminá-l
11 - É seguro comer comidas cruas
neste momento, como sashimis e alguns tipos de pokes?
Não há estudos sobre isso, mas a
discussão não está na transmissão pela comida em si, mas na manipulação durante
o preparo. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirma que alimentos crus “devem
ser evitados porque não conhecemos a procedência e como foram manuseados”.
Enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diz que “deve-se
ter atenção redobrada com a procedência e a higiene” no caso de alimentos que
são habitualmente consumidos crus.
12 - Devo evitar usar sistemas de
delivery? Que cuidados posso ter para receber entregas sem risco?
É possível receber delivery em
casa, tomando alguns cuidados. Na visão de Fernando Bellissimo, professor da
Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, o mais importante é ficar a uma
certa distância do entregador. “Se for usar o cartão para pagar na hora, depois
deve-se passar álcool na mão e no cartão. E, eventualmente, usar máscara para
esse contato”, afirma. A virologista Juliana Cortines, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), dá orientações adicionais: “O ideal é higienizar a
embalagem com água e sabão ou álcool. E não esquecer de lavar as mãos”,
recomenda. “Outra ideia é pagar o delivery com cartão de crédito pelo
aplicativo para diminuir o contato na hora da entrega.”
13 - Quais cuidados devo ter com
contas e outras encomendas que chegam pelos correios e outros meios de entrega?
Devo passar álcool em gel nas contas?
Especialistas concordam que o
mais importante neste caso é lavar as mãos depois de manusear esses objetos.
14 - É preciso tomar banho a cada
vez que descer para pegar delivery ou correspondência?
Luis Fernando Waib, médico
infectologista membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), diz que o
banho não é necessário, mas que é importante lavar as mãos após buscar
encomendas na portaria.
15 - Quais os cuidados com roupas
e sapatos quando a gente vem da rua? Devem ser lavados sempre? E os sapatos?
Há uma possibilidade de infecção
pelo coronavírus por meio de roupas, mas não é preciso pânico: a principal área de
infecção continua sendo as mãos. Segundo especialistas, as roupas devem ser
lavadas normalmente, com água e sabão. No caso de profissionais da saúde,
deve-se colocar as roupas para lavar após retornar dos hospitais. Pessoas
diagnosticadas com a doença devem ter suas roupas lavadas separadamente. Sobre
sapatos, Plínio Trabasso, médico infectologista da Unicamp, afirma que é
importante retirar o calçado utilizado na rua ao
entrar dentro de casa. “Isso é importante em todas as situações, mas é
fundamental para quem tem criança pequena, engatinhando, e mesmo os
filhos um pouco maiores, porque as crianças costumam levar praticamente
tudo à boca, e assim a contaminação é muito provável de ocorrer”, afirma.
16 - O vírus fica no cabelo? E no
pelo do cachorro?
Não há consenso entre os
especialistas neste ponto. Alguns dizem que o caminho para a contaminação em
contato com cabelo e cachorro exige uma sequência de eventos que a torna
improvável. Outros, entretanto, recomendam que os cabelos sejam lavados após
saídas na rua. Lave normalmente, como faz no banho.
17 - Ao lavar a mão, eu toco a
torneira para abrir. É válido, enquanto ensaboo as mãos, passar também na
torneira para uma eventual desinfecção? Isso funciona?
Sim. Especialistas reforçam que
essa medida é essencial em ambientes públicos, caso a torneira não seja
automática.
18 - Assim como máscaras, devo
usar luvas?
Na visão de especialistas ouvidos
pelo Estado, a higienização das mãos com água e sabão ou álcool é mais
importante do que o uso das luvas. “Muita gente coloca as luvas e acha que está
protegido do mundo. O fato de estar com a luva não impede que você leve o vírus
ao rosto”, afirma Juliana Cortines, virologista da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ).
19 - Como usar máscara sem
embaçar os óculos?
O professor Fernando Bellissimo,
da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, dá uma dica simples para
resolver esse problema: “A técnica mais usada é vedar a parte superior da
máscara com uma fita crepe, para o ar sair para os lados e para baixo. Assim, o
ar não vai para cima e os óculos não embaçam.”
20 - Como descartar máscaras? Há uma forma de
impedir que elas contaminem alguém?
Segundo Plínio Trabasso, médico infectologista
da Unicamp, a melhor forma é colocar as máscaras descartáveis em sacos
plásticos. “Que sejam, de preferência, sacos brancos, que é cor do risco
biológico dentro das regras de separação de lixo”, diz.
Fonte: Adriana Bramante (presidente do
Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), Airton Stein (professor da
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre), Alberto Ajzental
(coordenador do curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários da FGV), Aldo
Martinez (advogado trabalhista e sócio do Santos Neto Advogados), Alexandre
Meluzzi (membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia),
Para ler outras matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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